Vaticano: Cardeais prosseguem reuniões preparatórias do Conclave

149 responsáveis participaram na quarta congregação geral

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 25 abr 2025 (Ecclesia) – 149 cardeais participaram hoje na quarta congregação geral, as reuniões preparatórias do próximo Conclave, determinadas pela constituição apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ (1996), de São João Paulo II.

Durante os trabalhos, foi decidida uma visita conjunta ao túmulo do Papa Francisco, este domingo, na Basílica de Santa Maria Maior, com a recitação da oração de Vésperas, a partir das 16h00 (menos uma em Lisboa).

Segundo o portal de notícias do Vaticano, 33 cardeais tomaram a palavra na “reflexão partilhada sobre a Igreja e o mundo”.

A quinta congregação geral está marcada para a manhã de 28 de abril.

A Igreja Católica vive, desde segunda-feira, o terceiro período de Sede Vacante do século XXI, o interregno em que, sob o governo interino dos cardeais, se prepara a eleição de um novo pontífice.

A “vacância da Sé apostólica” é regulada segundo as disposições da Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’, segundo a qual se confiam ao Colégio Cardinalício “o despacho dos assuntos ordinários ou inadiáveis” e a preparação da eleição do novo Papa.

As reuniões são presididas pelo decano [presidente] do Colégio Cardinalício, D. Giovanni Battista Re ou, caso esteja ausente ou impedido, pelo vice-decano, D. Leonardo Sandri.

João Paulo II determinou que desde o momento em que a Sé Apostólica ficar legitimamente vacante [morte ou renúncia do Papa], os cardeais eleitores presentes em Roma devem esperar, durante 15 dias completos, pelos ausentes; decorridos, no máximo, 20 dias desde o início da Sede Vacante, todos os cardeais eleitores presentes são obrigados a proceder à eleição – ou seja, entre 6 e 10 de maio.

Bento XVI abriu a possibilidade deste tempo ser antecipado desde que estejam presentes “todos os cardeais eleitores”.

A Igreja conta atualmente com 252 cardeais, 135 dos quais com direito a voto (mais 20 do que 2013), por terem menos de 80 anos no início da Sé vacante; 71 países cardeais têm eleitores (48 em 2013).

Os 10 países com mais eleitores são a Itália (17 cardeais), EUA (10), Brasil (7), França e Espanha (5 cada), Argentina, Canadá, Índia, Polónia e Portugal (4 cada), num total de 64 cardeais (47% do total).

As congregações gerais, com a participação dos cardeais com mais de 80 anos, são responsáveis por um conjunto de decisões, do alojamento aos preparativos para o processo de eleição na Capela Sistina, antes de determinar a data de início do próximo Conclave.

Além destas reuniões há “congregações particulares”, com a presença do cardeal camerlengo (D. Kevin Farrell) e três cardeais, sorteados a cada três dias.

As instituições do Vaticano usam o brasão da Sede Vacante: duas chaves de ouro e prata, símbolo do papado, cobertas pelo ‘umbraculum’ (pequeno chapéu, em português), uma insígnia histórica dos pontífices.

O sucessor de Francisco será o 49.º Papa da Igreja Católica nos últimos 500 anos, desde Clemente VII, pontífice entre 1523 e 1534.

O Conclave, palavra com origem no latim ‘cum clavis’ (fechado à chave), pode ser definido como o lugar onde os cardeais se reúnem em clausura para eleição do Papa.

Portugal está representado no Colégio cardinalício por D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa; D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima; D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação; D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, todos criados pelo Papa Francisco e eleitores no próximo Conclave; e por D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito, e D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, ambos com mais de 80 anos.

Francisco não fez qualquer alteração às normas sobre a eleição do seu sucessor.

OC

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