D. Jorge Ortiga realça necessidade de «construir igrejas ou comunidades marcadas pela santidade»
Cidade do Vaticano, 17 fev 2012 (Ecclesia) – Os bispos europeus e africanos, reunidos em simpósio no Vaticano, querem estreitar os laços de colaboração entre os dois continentes, para responderem melhor a questões como a desigualdade social e a indiferença religiosa.
A iniciativa, subordinada ao tema “A evangelização hoje: comunhão e cooperação pastoral entre África e Europa”, mostrou “dois mundos muito empenhados na mesma realidade de serviço ao Homem”, adianta D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, em declarações prestadas hoje à Agência ECCLESIA.
O prelado português, que participou no simpósio integrado na comitiva do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), destaca a importância de “criar uma cultura nova”, sobretudo junto dos jovens, “para ir ao encontro dos desafios atuais”.
Um objetivo que depende do poder evangelizador das duas Igrejas, que manifestaram a intenção de “organizar programas” que respeitem as necessidades das famílias e de “aprofundar relações apostólicas entre paróquias e dioceses”.
Mostraram-se também dispostas a promover o intercâmbio de agentes pastorais, de apostar na “formação de formadores” e no diálogo ecuménico e inter-religioso”.
No que respeita à indiferença religiosa, que atinge sobretudo a sociedade europeia, ela poderá ser contrariada através de uma maior ligação com as comunidades africanas, “uma vez que há aqui uma procura muito maior da realidade cristã”, salienta D. Jorge Ortiga.
Para o atual presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, “os bispos terão de se empenhar também em construir igrejas ou comunidades marcadas pela santidade”.
Uma ideia que vai ao encontro do apelo deixado por Bento XVI, durante a audiência de encerramento dos trabalhos, em que convidou os presentes a “buscarem o verdadeiro humanismo”.
O comunicado final do evento, enviado esta sexta-feira à Agência ECCLESIA, assinala a necessidade de apresentar propostas que contrariem fenómenos como a “pobreza” e o “materialismo”, símbolos de uma cultura de “hostilidade” que ameaça a vida em plenitude.
A “exploração abusiva” da natureza, do solo e subsolo, foi outros dos pontos debatidos pelos bispos, que defenderam uma “politica de desenvolvimento agrícola mais adequada às necessidades das populações e do ambiente”.
O encontro dos bispos foi organizado em conjunto com o Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM), tendo contado também com a presença de outros dois representantes lusos, o padre Duarte da Cunha, secretário do CCEE, e o padre Manuel Barbosa, vice-presidente da União das Conferências Europeias dos Superiores/as maiores.
JCP