Vaticano: Bispo chinês diz que acordo com Pequim promove «unidade» com a Igreja universal

D. António Yao Shun foi um dos participantes na mais recente assembleia sinodal

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 17 nov 2023 (Ecclesia) – O bispo da diocese chinesa de Jining/Wumeng, na região autónoma da Mongólia interior, elogiou o acordo entre o Vaticano e a China, sobre a nomeação de bispos neste país, em vigor desde 2018, considerando-o “muito significativo e importante”.

“O acordo abre caminho para a promoção da integração e da unidade entre a Igreja na China e a Igreja universal e facilita o trabalho pastoral e a proclamação do Evangelho da Igreja na China”, indica D. António Yao Shun, em entrevista à Agência Fides, do Vaticano.

O responsável foi o primeiro bispo nomeado após a assinatura do acordo provisório, entre a Santa Sé e Pequim, e foi um dos dois representantes chineses na primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo, que decorreu em outubro, no Vaticano; o grupo contou ainda com o bispo de Hong Kong, D. Stephen Chow, criado cardeal no último dia 30 de setembro.

“Foi uma grande honra para mim participar nesse importante encontro. Juntamente com o bispo José Yang Yongqiang [Diocese de Zhoucun], fomos representar a Igreja na China. Também sou muito grato pelo convite do Papa”, referiu.

As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé [Associação Patriótica Chinesa, APC] e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu depois da expulsão da China.

A APC seria criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade direta do Papa.

Um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, entre o Vaticano e Pequim, foi assumido a 22 de setembro de 2018 e entrou em vigor um mês depois, sendo renovado a cada dois anos.

OC

 

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Agência ECCLESIA

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