Vaticano: Biografia oficial de D. Manuel Monteiro de Castro destaca papel na «defesa dos mais fracos»

Português foi incluído na ordem dos cardeais-diáconos por Bento XVI no Consistório que decorreu na Basílica de São Pedro

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 18 fev 2012 (Ecclesia) – O novo cardeal português, D. Manuel Monteiro de Castro, é apresentado pelo Vaticano como um diplomata que se manifestou “em defesa dos mais fracos”, promovendo os Direitos Humanos e a paz.

Na biografia distribuída aos jornalistas, antes do Consistório para a criação de 22 cardeais da Igreja Católica, esta manhã, o atual penitenciário-mor da Santa Sé é destacado também pela sua presença, em nome do Vaticano, “em muitos congresso e conferências a nível mundial”.

D. Manuel Monteiro de Castro tem uma longa experiência diplomática ao serviço da Santa Sé, que o fez passar, entre outros países, pelo Panamá, Guatemala, Vietname, Austrália, México, Bélgica, Caraíbas, El Salvador, Honduras, África do Sul e Espanha, onde permaneceu entre 2000 e 2009; foi também observador permanente do Vaticano na Organização Mundial do Turismo.

Natural de Santa Eufémia de Prazins, Guimarães, onde nasceu a 29 de março de 1938, o novo cardeal foi ordenado padre em 1961 e bispo em 1985.

A biografia elaborada pela redação do jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, sublinha a proximidade da terra natal do cardeal Monteiro de Castro com São Mamede, Guimarães, “o famoso campo de batalha caro aos portugueses, pela independência do seu país”.

O terceiro cardeal português do século XXI (47.º da história) e primeiro a ser designado no atual pontificado recebeu hoje, das mãos do Papa, a diaconia (cardeal-diácono) de uma igreja de Roma, dedicada a São Domingos de Gusmão (1170 -1221), fundador da ordem religiosa dos Dominicanos.

“Através da atribuição do título duma igreja desta Cidade [de Roma] ou duma diocese suburbicária, os novos cardeais ficam, para todos os efeitos, inseridos na Igreja de Roma guiada pelo sucessor de Pedro, para cooperar estreitamente com ele no governo da Igreja universal”, explicou Bento XVI, na reflexão que proferiu na Basílica de São Pedro.

O padre Saturino Gomes, professor de Direito Canónico na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), explica à Agência ECCLESIA que cada cardeal deve tomar posse da igreja que lhe foi atribuída, “promovendo com o seu conselho e patrocínio o bem dessas dioceses e igrejas, sem todavia terem sobre elas algum poder de governo”.

O cónego José Paulo Abreu, professor da Faculdade de Teologia da UCP (Braga), precisa, por sua vez, que a partir do século VI, o grupo de cardeais se restringe “unicamente aos presbíteros ‘titulorum’ (ou cardeais), isto é, aos detentores dos ‘títulos’ das principais igrejas de Roma, e aos sete diáconos das regiões em que S. Fabião (+ 250) tinha dividido Roma”.

Apesar da universalização do Colégio Cardinalício, cada cardeal continua a ser simbolicamente inserido numa destas ordens: episcopal, presbiteral ou diaconal.

Os três cardeais portugueses pertencem a uma ordem diferente e D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, é mesmo um dos seis cardeais-bispos (a que se juntam, num grau hierárquico inferior, os patriarcas das Igrejas católicas de rito oriental) da Igreja, os únicos que elegem e podem ser eleitos para o cargo de decano do Colégio Cardinalício, sendo responsáveis pelas igrejas que São Pedro fundou à volta da cidade de Roma (chamadas suburbicárias), no século I.

OC

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Agência ECCLESIA

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