Papa vai percorrer mais de 4 mil quilómetros até chegar a Cotonou, para três dias de visita
Roma, 18 nov 2011 (Ecclesia) – Bento XVI partiu esta manhã rumo ao Benim, desde Roma, para a sua segunda viagem a solo africano, levando consigo o documento ‘Africae Munus – O compromisso de África’, dirigido aos católicos locais, com uma versão em português.
A exortação apostólica pós-sinodal vai ser entregue aos bispos africanos no próximo domingo, completando assim o percurso da II Assembleia Especial para a África, do Sínodo dos Bispos, realizada há dois anos.
À chegada ao aerporto de Fiumicino, Bento XVI recebeu os cumprimentos do novo primeiro-ministro italiano, Mario Monti.
No tradicional telegrama enviado ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, o Papa fala num “vivo desejo” de encontrar-se com os “irmãos na fé e os habitantes daquela cara nação” [Benim].
Antes de chegar a Cotonou, Joseph Ratzinger, de 84 anos, vai percorrer mais de 4 mil quilómetros, iniciando depois um programa de três dias que inclui uma passagem por Ajudá, a 40 km da capital económica do Benim, cidade do litoral que acolheu os primeiros missionários católicos e viu partir, no passado, muitos escravos, albergando ainda a fortaleza portuguesa de São João Baptista.
Bento XVI regressa a África, após a viagem que realizou aos Camarões e Angola, em março de 2009, com um programa que inclui 11 discursos, a começar, pelas 15h00 (menos uma em Lisboa), no aeroporto internacional de Cotonou.
Uma hora e meia depois, o Papa visita a catedral local, onde profere a sua última intervenção do dia.
Sábado, às 09h00, tem lugar um encontro com os membros do governo, os representantes das instituições da República, o corpo diplomático e os representantes das principais religiões, no palácio presidencial.
Bento XVI visita, em seguida, o presidente da República, Thomas Boni Yayi, antes de partir para Ajudá.
Nesta cidade, o Papa visita o túmulo do cardeal Bernardin Gantin, falecido a 13 de maio de 2008, prefeito da Congregação para os Bispos na mesma época que o então cardeal Joseph Ratzinger era prefeito da Congregação para Doutrina da fé.
Na capela do seminário S. Gall, Bento XVI tem um encontro com sacerdotes, seminaristas, religiosos e leigos no pátio do Seminário, seguindo-se a visita à basílica da Imaculada Conceição de Maria de Ajudá, onde vai ter lugar a assinatura da exortação apostólica pós-sinodal.
À tarde, o Papa regressa a Cotonou para deslocar-se a uma casa das Missionárias da Caridade, congregação religiosa fundada pela beata Madre Teresa de Calcutá, o lar ‘Paz e alegria’ que acolhe crianças abandonadas, órfãs e doentes, muitas delas com SIDA.
O encontro com os bispos do Benim, na nunciatura apostólica, encerra o segundo dia da visita papal.
No domingo, pelas 09h00 locais, Bento XVI preside à missa no ‘Estádio da Amizade’, de Cotonou, celebração na qual vai decorrer a entrega da exortação apostólica pós-sinodal aos bispos da África, pouco antes do final da cerimónia.
A missa vai ter um momento de oração em português, dirigido aos políticos, “chamados a servir o bem comum”: “Não excluais ninguém das vossas preocupações, cuidando particularmente dos setores mais débeis da sociedade. Não coloqueis em primeiro lugar o benefício pessoal, abocanhando o isco da corrupção e, sobretudo, afrontai mesmo as situações mais difíceis com as armas da paz e da reconciliação”.
Às 16h00, decorre a cerimónia de despedida, com o discurso final, no aeroporto internacional de Cotonou, estando a chegada a Roma prevista para as 22h00 italianas (menos uma em Lisboa).
Trata-se da terceira vez que um Papa visita o Benim, depois de João Paulo II ter ali estado em duas ocasiões (1982, 1993).
OC
Notícia atualizada às 11h00