Edição de 2018 distingue ainda teóloga alemã Marianne Schlosser, segunda mulher a receber Prémio Ratzinger
Cidade do Vaticano, 20 set 2018 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou hoje que o arquiteto suíço Mario Botta é um dos dois vencedores da 8ª edição do ‘Prémio Ratzinger’, considerado o ‘Nobel’ da Teologia.
O anúncio da distinção foi feito em conferência de imprensa, no Vaticano, com a presença do presidente do Conselho Pontifício da Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, para quem “a reflexão sobre a arte sacra, o espaço sagrado” representam um “horizonte querido ao Papa Bento XVI”.
Botta, nascido em 1943, é responsável por uma vintena de edifícios religiosos, sendo notório o seu interesse pela “categoria do sagrado”, uma “espinha na garganta da secularização”.
O cardeal Ravasi destacou ainda que a arquitetura do premiado introduz na sociedade uma dimensão de “gratuidade”, traduzida através da “geometria”.
A relação entre “arquitetura e espiritualidade” vai estar em destaque esta sexta-feira, numa iniciativa inserida na primeira participação do Vaticano na Bienal de Arquitetura de Veneza.
No painel estão o cardeal Gianfranco Ravasi e Mario Botta, a que se juntam mais três arquitetos de renome internacional: Stefano Boeri, David Chipperfield e Matthias Sauerbruch.
O Prémio Ratzinger 2018 vai ser entregue pelo Papa Francisco, no Vaticano, a 17 de novembro.
A outra especialista distinguida este ano é Marianne Schlosser, teóloga alemã nascida em 1959, que se torna a segunda mulher a receber o ‘Nobel’ da Teologia católica.
A professora na Universidade de Viena distinguiu-se pela sua investigação sobre a Baixa Idade Média e sobre a figura de São Boaventura, a quem Joseph Ratzinger dedicou grande atenção; em 2014, o Papa Francisco nomeou Marianne Schlosser como membro da Comissão Teológica Internacional.
O presidente do Conselho de Administração da Fundação ‘Joseph Ratzinger-Bento XVI’, padre Federico Lombardi, disse aos jornalistas que esta escolha quer “sublinhar o contributo das mulheres na Teologia”.
O Vaticano anunciou ainda os vencedores da segunda edição dos novos prémios ‘Razão Aberta’, que vão ser entregues a 24 de setembro, na Academia das Ciências (Santa Sé).
Entre as 170 candidaturas, de 100 universidades de vários países, foram distinguidos os trabalhos de Javier Sánchez Cañizares, da Universidade de Navarra (Espanha), com uma reflexão sobre “as singularidades que se observam na história do universo à luz dos resultados das investigações cosmológicas e físicas”; e de Juan Arana, da Universidade de Sevilha (Espanha), pela obra sobre “consciência inexplicada”.
Na área da docência, foram premiados Gonzalo Génova e Maria del Rosario González, da Universidade Carlos III de Madrid e Universidade Complutense, pelo curso de ética para engenheiros; e John C. Cavadini, James Martin, Patricia Bellm e Christopher T. Baglow, da Universidade de Notre Dame (Indiana, EUA), pelo seu programa de formação para docentes sobre o diálogo “ciência e religião”.
Foi ainda feita menção especial à obra no campo da história da cultura de Brad Gregory, da Universidade de Notre Dame; e ao estudo de David Wilkinson, da Universidade de Durham (Reino Unido) sobre “ciência, religião e a busca de vida inteligente extraterrestre”.
A Fundação ‘Joseph Ratzinger-Bento XVI’ vai promover entre 15 e 16 de novembro, em Roma, o seu 8.º simpósio internacional, sobre o tema ‘Direitos fundamentais e conflitos entre direitos’.
OC