Compatriota do Papa lembrou conflito por causa das Falkland/Malvinas
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do Vaticano, 19 mar 2013 (Ecclesia) – Centenas de argentinos acompanharam hoje no Vaticano a missa de início do Papa Francisco, seu compatriota, elogiando a simplicidade e a proximidade de Jorge Mario Bergoglio.
Maria Martinez, da Cáritas de Buenos Aires, onde o atual Papa era arcebispo até à sua eleição, destaca o compromisso do responsável em favor dos mais desfavorecidos, disponibilizando os padres para esse trabalho, “apesar da falta de clero”, e o seu próprio exemplo pessoal em contextos de pobreza.
“Uma vez foi à minha paróquia e notei que trazia uns sapatos gastos, velhos”, recordou, por entre bandeiras da Argentina e várias camisolas da sua seleção de futebol, com o número 10.
Ramirez Marcos, emigrante argentino na Itália, destaca a “simplicidade, a singeleza” de Francisco, que considera fazerem “falta à Igreja”.
O compatriota do Papa decidiu protestar na Praça de São Pedro por causa do conflito sobre a soberania das ilhas Falkland/Malvinas, empunhando um cartaz com as palavras ‘A ferida está aberta’, mas entende que não se trata de “política”.
“É uma oportunidade única para que o mundo saiba que a ferida das Malvinas continua aberta para os argentinos”, disse.
A questão tinha sido abordada esta segunda-feira pela presidente argentina, Cristina Kirchner, num encontro privado com o Papa Francisco, ao qual pediu para interceder em favor do diálogo no conflito que opõe o país sul-americano ao Reino Unido.
Ramirez Marcos disse que a ideia do protesto tinha nascido antes da intervenção de Kirchner, mas mostrou-se “orgulhoso” pelo facto de o tema ter sido abordado, lembrando as posições do atual Papa, de 76 anos, nesta questão.
“Pedimos apenas o diálogo”, concluiu.
O então cardeal Jorge Mario Bergoglio presidiu em abril de 2002 a uma missa em sufrágio pelos mortos e ex-combatentes da Guerra das Malvinas, na Catedral de Buenos Aires, tendo afirmado que os soldados foram “reclamar o que é da pátria e lhe foi usurpado”.
OC