Cidade do Vaticano, 26 mar 2014 (Ecclesia) – O Vaticano vai apoiar um projeto de apoio aos pescadores nas Filipinas que foram afetados pela passagem do tufão Haiyan, em novembro de 2013, anunciou hoje o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes.
O objetivo é ajudar os trabalhadores afetados pela tragédia natural, em diálogo com a Igreja Católica local, “com projetos sustentáveis, que tenham em conta o equilíbrio ecológico e a defesa dos direitos de pescadores” e que sejam “economicamente transparentes”.
D. Joseph Kalathiparambil, secretário do referido Conselho Pontifício, está no país asiático com o responsável deste dicastério pelo Apostolado do Mar (Stella Maris), o padre Bruno Ciceri.
Os projetos resultam de um fundo especial destinado a financiar iniciativas em favor das populações das áreas costeiras atingidas pelo tufão, que deixou um rasto de cerca de 8 mil mortos ou desaparecidos quando devastou a região central do arquipélago das Filipinas, destruindo mais de um milhão de casas.
O cardeal Antonio Maria Vegliò, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes, elogia a “onda de solidariedade” que chegou dos centros Stella Maris de todo o mundo.
Os responsáveis do Vaticano vão encontrar-se com diversos representantes da Igreja Católica nas Filipinas para “dar a palavra à comunidade local no que diz respeito à escolha de prioridades e projetos concretos”, assinala um comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
Segundo o organismo da Santa Sé, algumas capelanias do Apostolado do Mar estão já a promover projetos de reconstrução “especialmente destinados aos pescadores e suas famílias”.
A intenção é dinamizar iniciativas que respeitem os “usos locais” e respeitem o ambiente, usando a madeira de coqueiros e as folhas de várias árvores destruídas pelo Haiyan, por exemplo.
Neste sentido, discutiu-se a possibilidade de financiar projetos para a produção de algas e reflorestação junto à praia, para proteger a costa.
O padre Ciceri admite “problemas” neste processo, dando como exemplo a limitação do uso de madeira na reconstrução de barcos de pesca.
“É possível introduzir novas tecnologias, como barcos em fibra de vidro, mas é preciso considerar a necessidade de fornecer conhecimentos práticos para a construção, manutenção e reparação deste novo tipo de embarcações”, precisou.
Outra questão relaciona-se com a proibição governamental de construir habitações junto à costa, o que levaria ao afastamento dos pescadores.
“Uma solução poderia passar pela construção de casas simples de madeira, ao longo da costa, e a construção no interior de um centro comunitário, que poderia transformar-se também num centro de refúgio em situações meteorológicas adversas”, adianta o responsável pelo Apostolado do Mar.
OC