Vaticano: António Guterres elogia papel do Papa Francisco na defesa da paz

Secretário-geral da ONU confessa deceção com resultados da COP25 e mostra-se preocupado com aumento da intolerância religiosa

Cidade do Vaticano, 16 dez 2019 (Ecclesia) – O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou o papel do Papa na defesa da paz e das causas ambientais, numa entrevista ao portal de notícias do Vaticano, divulgada hoje.

Em vésperas do 83.º aniversário de Francisco, o responsável português – que se vai encontrar com o Papa esta sexta-feira, ás 09h45 de Roma (menos uma em Lisboa) – manifesta a sua “admiração” pelo pontífice.

“É uma voz forte sobre a crise climática, sobre a pobreza e sobre a desigualdade, sobre o multilateralismo, sobre a proteção dos refugiados e migrantes, o desarmamento e sobre muitas outras questões importantes”, sustenta Guterres.

Para o secretário-geral das Nações Unidas, a figura do Papa é uma referência no trabalho da ONU pelo “desenvolvimento sustentável, a luta pelas mudanças climáticas e a promoção de uma nova cultura de paz”.

António Guterres adianta que vai falar com Francisco sobre o tema da liberdade religiosa, mostrando-se “profundamente preocupado pelo aumento da intolerância”.

Os ataques mortais contra as mesquitas na Nova Zelândia, as sinagogas nos Estados Unidos e as igrejas no Sri Lanka na Páscoa demonstram a urgência de agir para que todos, independente da sua fé religiosa, possam desfrutar plenamente seus próprios direitos humanos. A diversidade é uma riqueza, não uma ameaça”.

O responsável português mostra-se “desiludido” com os resultados da COP25 – Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que decorreu em Madrid.

“A comunidade internacional perdeu uma importante ocasião para afirmar uma ambição mais decidida sobre a mitigação, a adaptação e o financiamento para lutar contra a crise climática”, observou Guterres.

Apontando ao 75.º aniversário da ONU, em 2020, o secretário-geral admite a necessidade de mudanças e, em particular, diz que cabe aos Estados membros determinar “o modo como será reformulado o Conselho de Segurança”.

OC

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Agência ECCLESIA

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