Papa apresentou reflexão sobre parábola do «bom samaritano», sublinhando necessidade de compaixão, diante do sofrimento

Cidade do Vaticano, 28 mai 2025 (Ecclesia) – O Papa afirmou hoje no Vaticano que os cristãos devem ser, em primeiro lugar, “humanos”, convidando a uma atitude de compaixão, diante do sofrimento alheio.
“É a pressa, tão presente nas nossas vidas, que muitas vezes nos impede de sentir compaixão. Quem pensa que a sua própria viagem deve ser a prioridade não está disposto a parar por causa de outra pessoa”, referiu, na audiência geral desta quarta-feira, que decorreu na Praça de São Pedro.
A reflexão de Leão XIV partiu de uma passagem do Evangelho segundo São Lucas, na qual Jesus apresenta uma parábola sobre um homem agredido e deixado à beira da estrada, quando descia de Jerusalém.
“Um sacerdote e um levita estão a seguir aquele mesmo caminho. São pessoas que servem no Templo de Jerusalém, que vivem no espaço sagrado. No entanto, a prática do culto não leva automaticamente à compaixão”, observou.
Na verdade, antes de ser uma questão religiosa, a compaixão é uma questão de humanidade! Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos.”
O Papa destacou que a parábola de Jesus apresenta um “caminho difícil e intransitável”.
“É a experiência que acontece quando as situações, as pessoas, por vezes até aquelas em quem confiamos, nos tiram tudo e nos deixam no meio da rua”, assinalou.
Leão XIV afirmou que a vida é “feita de encontros”, que revelam a própria identidade.
“Encontramo-nos perante o outro, perante a sua fragilidade e a sua fraqueza e podemos decidir o que fazer: cuidar dele ou fingir que nada acontece”, sustentou.
A parábola de Jesus, acrescentou, apresenta alguém “realmente capaz de parar”, um homem apresentado como samaritano, “que pertence a um povo desprezado”.
“Este samaritano para simplesmente porque é um homem perante um outro homem que precisa de ajuda”, indicou.
A compaixão é expressa através de gestos concretos. O evangelista Lucas detém-se nas ações do samaritano, a quem chamamos ‘bom’, mas que no texto é simplesmente uma pessoa: o samaritano aproxima-se, porque quando se quer ajudar alguém não se consegue pensar em manter a distância, é preciso envolver-se, sujar-se.”
O Papa convidou os participantes a rezar para que todos possam “crescer em humanidade” e cultivar relações “mais verdadeiras e ricas em compaixão”.
A audiência geral incluiu uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, em particular os grupos provenientes do Brasil e de Portugal.
“Pela intercessão da Mãe do Bom Conselho peçamos a graça de sentir no nosso coração os mesmos sentimentos do seu Filho amado. Deus vos abençoe”, disse Leão XIV.
OC