Francisco salienta que ao aplicar uma abordagem de justiça à ação climática se podem «fornecer respostas holísticas, inclusivas e equitativas»
Cidade do Vaticano, 28 nov 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou que as alterações climáticas “são uma questão de justiça intergeracional”, numa mensagem à Assembleia das Partes da Organização Internacional de Direito para o Desenvolvimento (IDLO) onde destacou o compromisso em “promover a justiça climática”.
“A justiça, os direitos humanos, a equidade e a igualdade estão fundamentalmente interligados com as causas e efeitos das alterações climáticas. Ao aplicar uma abordagem de justiça à ação climática, podemos fornecer respostas holísticas, inclusivas e equitativas”, assinalou o Papa, na mensagem divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
A Organização Internacional de Direito para o Desenvolvimento está a comemorar 40 anos, em Roma, e Francisco destacou o seu compromisso na promoção da justiça climática, em “melhorar a governação da terra e a utilização sustentável dos recursos naturais”.
“Esse é também o caminho para um mundo mais justo e pacífico”, realçou, assinalando que as alterações climáticas “são uma questão de justiça intergeracional”, a degradação do planeta não só impede uma “convivência serena e harmoniosa no presente, mas também reduz enormemente o progresso integral das gerações futuras”, e cita o número 2 da sua mais recente exortação apostólica ‘Laudate Deum’ (Louvai a Deus), publicada no dia 4 de outubro.
O Papa, na mensagem à IDLO, salienta que a Santa Sé está ao lado “daqueles que se esforçam para fortalecer o estado de direito, os direitos humanos e a justiça social”, para que seus esforços possam revelar “novos caminhos de esperança em direção a um futuro mais solidário, justo e sereno para todas as nações da Terra”.
Francisco lembrou que à Assembleia das Partes que o objetivo da Organização Internacional de Direito para o Desenvolvimento é promover o estado de direito para “avançar em direção da paz e do desenvolvimento sustentável”, incentivando diferentes iniciativas a garantir que “a justiça seja acessível a todos, especialmente aos mais desfavorecidos da sociedade”.
“É essencial continuar a tomar medidas para chegar aos mais pobres, mais marginalizados e vulneráveis, que, muitas vezes, não têm ninguém que fale em seu nome e são descartados e excluídos. Devemos garantir que ninguém fique para trás, especialmente as mulheres, os povos indígenas e os jovens, que se esforçam para que as suas propostas tenham espaço e voz no presente e, assim, possam olhar para o futuro com confiança”,
Segundo o Papa, o estado de direito deve ser garantido pelas autoridades “independentemente dos interesses políticos prevalecentes” e destacou que, quando se baseiam em valores universais, “as pessoas têm acesso à justiça e as sociedades são mais estáveis e prósperas”.
“A corrupção corrói os próprios alicerces da sociedade. Ao desviar recursos e oportunidades daqueles que mais precisam deles, a corrupção agrava as desigualdades existentes. É necessário promover campanhas de sensibilização que encorajem uma maior transparência, responsabilidade e integridade em todos os lugares, e desta forma sejam lançadas bases sólidas na construção de uma sociedade justa e virtuosa”, desenvolveu.
Francisco acrescenta, na mensagem à Organização Internacional de Direito para o Desenvolvimento, que está a celebrar ‘40 anos de construção de uma cultura de justiça’, que é na primeira infância que “são plantadas as sementes da integridade, da honestidade e da consciência moral”, promovendo uma sociedade onde a corrupção “não encontra terreno fértil para criar raízes”.
CB/OC