O bispo Elio Sgreccia, novo presidente da Academia Pontifícia para a Vida, lançou um alerta sobre um eventual “comércio” de crianças que poderia surgir a partir da grande quantidade de órfãos deixados pelo maremoto no sudeste asiático. Em entrevista à Rádio Vaticano, D. Sgreccia condenou energicamente “o comércio de vidas humanas, que existia antes desta tragédia, e que poderia continuar com métodos de adopção ilícitos”. Em relação à “defesa da vida” nas zonas afectadas pelo maremoto, o prelado diz que é indispensável “fazer triunfar a solidariedade”. “O único sinal positivo que se vê neste momento é o surgimento da solidariedade, que faz chegar ajudas de todas as partes do mundo. Isso pode gerar uma nova cultura, com uma nova forma de ser e ajudar”, disse. João Paulo II nomeou ontem D. Elio Sgreccia e Ignacio Carrasco de Paula presidente e chanceler, respectivamente, da Academia Pontifícia para a Vida. D. Sgreccia era até agora o vice-presidente desta Academia, fundada em 1994. Carrasco de Paula é professor de Bioética na Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade Católica do Sagrado Coração em Roma. É padre, faz parte da Prelatura do Opus Dei e é membro daquela Academia. Instituída pelo Papa João Paulo II em 11 de Fevereiro de 1994, com o Motu Proprio “Vitae Mysterium”, a Pontifícia Academia para a Vida tem como objectivos estudar, informar e formar sobre os principais problemas de biomedicina e de direito relacionados com a promoção e a defesa da vida, sobretudo na relação directa que têm com a moral cristã e as directivas do Magistério da Igreja Católica. A Academia é formada por 70 membros, nomeados pelo Papa, em representação dos diversos ramos das ciências biomédicas e daquelas que estão estreitamente relacionadas com os problemas concernentes à promoção e defesa da vida.
