Cardeal iraquiano assegura que a comunidade não quer deixar o país, apesar da violência
O presidente do Conselho Pontifício para a pastoral dos migrantes e itinerantes (CPPMI), do Vaticano, alertou para o risco de os cristãos deixarem definitivamente os países de maioria muçulmana.
D. Antonio Maria Veglió, arcebispo italiano, considera que o movimento migratório destas comunidades “parece irreversível”, assegurando, contudo, que a Santa Sé “não cessará de empenhar-se para que os cristãos permaneçam nas suas terras”.
“Os cristãos, e particularmente os jovens, em muitos países da área (Líbano, Síria, Iraque, Irão, Egipto, Líbia, Israel, Palestina) abandonam a sua pátria em grande número”, alerta.
Os efeitos da guerra e da situação social, económica e política no Oriente levam a uma “diminuição progressiva da presença cristã em todos aqueles países”.
“A precariedade aconselha os jovens cristãos a emigrarem e inserirem-se em diferentes contextos culturais e sociais, com todas as vantagens e infelizmente as desvantagens que daí derivam”, precisa D. Antonio Maria Veglió.
Para o Vaticano é preciso que a comunidade internacional ajude a resolver os problemas que estão na base desta fuga: “pobreza, violência, perseguição, injustiça, subdesenvolvimento e desemprego”.
O pedido é deixado poucos dias depois de um grupo de extremistas muçulmanos ter assassinado pessoas na catedral siro-católica de Bagdad, no Iraque.
O Patriarca Emmanuel III Delly, da comunidade caldeia, expressou asua vontade de permanecer no Iraque: “Somos os filhos deste país”.
“Não temos medo da morte nem das ameaças”, disse a mais importante figura do catolicismo iraquiano, comunidade com tradições que remontam ao início do Cristianismo.