Música atribuída a D. João IV é presença obrigatória nas celebrações do Papa
Roma, 24 dez 2021 (Ecclesia) – O diretor da Capela Musical Pontifícia disse à Agência ECCLESIA que o hino ‘Adeste Fideles’, cuja autoria tem sido atribuída ao rei D. João IV (1604-1656), é “sinónimo de Natal”.
“O Adeste fideles está no inconsciente de todos aqui no Ocidente. É sinónimo de Natal”, refere monsenhor Marcos Pavan.
O hino é presença obrigatório no ciclo de celebrações do Natal a que o Papa preside no Vaticano; traduzida em diversas línguas, a composição é também uma referência na tradição natalícia da Igreja Anglicana.
Mons. Marcos Pavan foi nomeado em novembro de 2020 como diretor da Capela Musical Pontifícia, o “coro da Capela Sistina”, um dos mais antigos do mundo, que integra o serviço das celebrações litúrgicas do Papa.
O maestro destaca a necessidade de respeitar as “raízes” da música litúrgica e de “evitar os extremos”.
“Quando a polifonia apareceu, era uma novidade. Não podemos ser fechados às novidades. Agora: ela apareceu fazendo polifonia sobre o quê? Sobre os temas gregorianos. É dessa continuidade que vem tanta qualidade. Começar do zero não existe”, precisa.
“O gregoriano e a polifonia têm características espirituais e musicais que podem inspirar novas formas musicais para a atuação da reforma litúrgica”, acrescenta.
O sacerdote brasileiro defende a importância da música na liturgia e na vida das comunidades católicas.
“Se a pessoa quer fazer música, deve fazer com amor, bem feito, deve preparar-se. Não deve ser uma coisa improvisada na comunidade”, realça.
Para o responsável, é necessário sublinhar que se “canta a liturgia”, a começar pelo presidente da celebração, e que esta mesma liturgia “tem de ser encarnada na comunidade”.
“Os senhores bispos, os senhores padres, têm que se preocupar também com a formação musical dos seus fiéis”, apela.
Octávio Carmo (Ecclesia) e Ricardo Perna (Família Cristã)