Francisco respondeu a pergunta de participante portuguesa e pediu empenho no serviço à Igreja e ao próximo
Cidade do Vaticano, 31 jul 2018 (Ecclesia) – A Praça de São Pedro recebeu hoje mais de 60 mil acólitos de 18 países, incluindo Portugal, para uma celebração com o Papa Francisco, integrada na peregrinação
internacional a Roma organizada pela Coetus Internationalis Ministrantium (CIM).
“Alegro-me por ver-vos em tão grande número aqui, na Praça de São Pedro, adornada com as cores das vossas bandeiras. Oferecestes-me os símbolos distintivos da vossa peregrinação: agradeço-vos de coração, sou peregrino convosco que viestes de tantos países do mundo”, declarou o pontífice, durante o encontro.
Francisco gracejou com o calor que se faz sentir em Roma, chamando “corajosos” a todos os que acorreram ao Vaticano desde as primeiras horas da tarde.
O encontro internacional de acólicos teve início nesta segunda-feira e conclui-se na sexta-feira; o Serviço Nacional de Acólitos (SNA) participa com 325 portugueses, uma delegação recorde; o diretor do serviço, padre Luís Leal, teve a oportunidade de cumprimentar o Papa.
D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda e presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, foi um dos prelados que marcou presença na celebração, tendo orientado parte da oração.
Para além de Portugal, a Peregrinação Internacional de Acólitos a Roma 2018 conta com mais 17 países registados oficialmente: Antígua e Barbuda, Áustria, Bélgica, Croácia, República Checa, França, Alemanha, Hungria, Luxemburgo, Roménia, Rússia, Sérvia, Eslováquia, Suíça, Ucrânia, Reino Unido, EUA.
O Papa respondeu a cinco perguntas, incluindo a de uma participante de Portugal.
Santo Padre, somos acólitos. Servimos o Senhor junto do altar e contemplamo-Lo na Eucaristia. Como poderemos viver a contemplação espiritual a exemplo de Maria e o serviço prático a exemplo de Marta, procurando reconhecer concretamente, na nossa vida, aquilo que Jesus quer de nós?”
Francisco sublinhou a necessidade do “silêncio” na vida cristã, para conjugar “ação e contemplação”.
“Não tenhais medo de pedir um bom conselho quando vos perguntardes como poder servir Deus e as pessoas que têm necessidade de ajuda no mundo. Recordai-vos que quanto mais dais, tantos mais recebeis na vossa própria plenitude”, sublinhou.
O Papa falou depois da ligação entre a celebração da Missa e a paz, a “unidade na comunidade da Igreja”, para “amar como Jesus ama”.
“Estou pronto a perguntar-me, em cada situação: o que faria Jesus no meu lugar? Se fazemos isto, e procuramos coloca-lo em prática, determinados, levaremos a paz de Cristo na vida de todos os dias e seremos construtores e instrumentos de paz”, assinalou.
Francisco convidou todos os acólitos a ser “amigos, com gratuidade”, de quem vive à sua volta, mais com os atos, com a proximidade, do que com as palavras.
“Procurai conhecer e amar cada vez mais o Senhor Jesus”, apelou.
Questionado sobre a necessidade da fé, sublinhou que esta é “essencial”, como o ar que se respeita, e permite captar o “sentido da vida”.
O Papa desafiou todos a perceber o que podem fazer pelos outros, “amigo ou desconhecido, da mesma nacionalidade ou estrangeiro”, dando como trabalho de casa o estudo das Obras de Misericórdia.
“O caminho para a santidade não é para preguiçosos”, observou.
Depois várias horas de festa, no Vaticano, com cânticos e apresentações dos vários grupos, os participantes rezaram a oração de Vésperas, durante a qual o Papa convidou todos a “reconhecer a vontade de Deus”.
“A glória de Deus é a agulha da bússola da nossa consciência”, disse.
Francisco destacou a importância de manter o “bom humor” e de testemunhar em todos os dias “o amor de Deus e a alegria da fé”.
Olhemos para os santos, que são o Evangelho vivido, porque souberam traduzir a mensagem de Cristo na própria vida. O santo de hoje, Inácio de Loiola – que pensava na sua própria glória, enquanto jovem soldado -, foi atribuído no momento certo para a glória de Deus e descobriu que ali está o centro e o sentido da vida”.
O Papa assinalou hoje a festa de Santo Inácio, fundador dos Jesuítas, na Cúria Geral da Companhia de Jesus, em Roma.
O CIM é uma associação europeia de acólitos, com mais de 50 anos de existência, que serve de elo de ligação entre os vários serviços diocesanos e nacionais do setor.
O grupo mais numeroso nesta peregrinação internacional era o proveniente da Alemanha, com cerca de 50 mil pessoas.
OC
Notícia atualizada às 18h25