Vaticano acolhe protestos contra o Papa sem surpresa

Milhares de pessoas marcham nas ruas de Londres, este Sábado, com críticas à presença de Bento XVI

O Vaticano considera que as manifestações contra a visita do Papa ao Reino Unido, que atingem o seu ponto alto este Sábado, em Londres, não são uma “surpresa”, mas destaca o “acolhimento extraordinário” que tem sido dado a Bento XVI.

Em conferência de imprensa, o director da sala de imprensa da Santa Sé afirmou que a comitiva papal estava preparada para estas manifestações.

“Não é surpreendente, sabemos que há grupos que criticam o Papa e a Igreja Católica, têm a liberdade e o direito de o expressar, parece-me bastante normal”, indicou o padre Federico Lombardi.

O porta-voz do Vaticano indicou mesmo que a diversidade de opiniões e a possibilidade de as manifestar são “uma tradição positiva do Reino Unido”.

Milhares de pessoas marcham hoje, 18 de Setembro, pelas ruas de Londres, contestando a presença de Bento XVI, numa iniciativa organizada por diversas organizações.

Em causa estão as posições do Papa e da Igreja Católica sobre temas como a discriminação das mulheres, os direitos dos homossexuais, o aborto, os abusos sexuais de menores ou o uso do preservativo.

A Associação Humanista Britânica e a Sociedade Secular Nacional estão entre os grupos que apoiam a manifestação, contestando a presença de Bento XVI seja entendida como uma visita de Estado.

Para o porta-voz do Vaticano, esta manifestação tem de ser contraposta à existência de uma “vasta maioria que está muito satisfeita por se encontrar com o Papa e manifesta grande alegria”.

O padre Lombardi não se mostrou “surpreendido nem particularmente chocado” com os protestos”, destacando a sua satisfação pelo acolhimento da sociedade, do Governo e da Igreja no Reino Unido, em particular durante o encontro no Parlamento britânico, na última Sexta-feira.

Segundo o director da sala de imprensa da Santa Sé, mais do que as “vozes críticas”, a comitiva papal regista o “resepito e atenção” que as palavras do Papa têm merecido.

Octávio Carmo, Agência ECCLESIA, em Londres

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