Vaticano: A guerra é uma «catástrofe para as pessoas e uma derrota para a humanidade», alerta o Papa

Crianças da Ação Católica afirmaram, da janela do Palácio Apostólico, o seu compromisso pela construção da paz

Cidade do Vaticano, 28 jan 2024 (Ecclesia) – O Papa pediu às partes envolvidas em conflitos, nomeadamente em Myanmar, Palestina, Israel e Ucrânia, a “dar passos de diálogo”, respeitando o “grito do povo que está cansado de violência”, e disse que a guerra é uma “derrota para a humanidade”.

“Por favor, escutem o seu grito de paz: o grito do povo que está cansado da violência e quer que a guerra, que é uma catástrofe para as pessoas e uma derrota para a humanidade, acabe! afirmou o Papa após a oração do ângelus, na Praça de São Pedro.

Dirigindo-se aos peregrinos presentes no Vaticano, nomeadamente aos jovens da Ação Católica que terminavam,  com Francisco, a “Caravana da Paz”, começou por recordar o conflito em Myanmar, que dura há mais de três anos e onde “o choro e o barulho das armas substituíram o sorriso da população”.

“Uno-me à voz de alguns bispos para que as amas da destruição se transformem em instrumentos para crescer em humanidade e justiça”, afirmou o Papa.

Francisco disse que “a paz é um caminho” e convidou “todas as partes envolvidas a dar passos de diálogo e compreensão para que a população alcance a reconciliação fraternidade”.

O Papa apelou à necessidade de fazer chegar ajuda humanitária “a cada pessoa”, também no Médio Oriente, em Israel e na Palestina e “onde há combates” e lembrou de moto particular as vítimas da guerra, nomeadamente civis.

Durante a alocução do Papa, após a oração do ângelus, duas crianças acompanharam o Papa, na janela do Palácio Apostólico, e leram uma mensagem para “gritar a toda a cidade e ao mundo inteiro” o desejo de paz.

“Nestes dias, é difícil pensar na paz. Muitas guerras estão a ser combatidas também perto de nós. Parece que ninguém quer fazer a paz. Nós, ao contrário, queremos estar do lado da paz, tentando apagar, naquilo que nos é possível, o fogo do ódio e da violência”, afirmaram.

As crianças e jovens da Ação Católica de paróquias e escolas católicas da Diocese de Roma terminaram na Praça de São Pedro a Caravana da Paz, uma iniciativa para refletir sobre a paz e ajudar projetos relacionados com a proteção do ambiente.

Francisco referiu-se também à libertação das religiosas e de outras pessoas sequestradas no Haiti e pediu que sejam libertadas todas as pessoas que estão em sequestro e “acabe toda a forma de violência”.

O Papa manifestou ainda proximidade à comunidade católica  da igreja de Santa Maria, em Büyükdere, subúrbio  de Istambul (Turquia), que foi atacada na manhã deste domingo, 29 de janeiro, por dois homens armados.

“Exprimo a minha proximidade à comunidade da igreja Santa Maria, em Istambul, que durante a Missa sofreu um ataque armado que deixou um morto e diversos feridos”, disse Francisco.

“A nossa comunidade está literalmente chocada. Naturalmente, é um momento da oração, da solidariedade com a comunidade católica de Büyükdere e, claro, é um momento de oração pela pessoa que morreu. Como comunidade cristã, pedimos às autoridades que esclareçam e procurem a verdade”, disse o vigário apostólico de Istambul e administrador apostólico de Constantinopla, ao portal ‘Vatican News’.

“Pedimos, obviamente, somente justiça para esta pessoa que perdeu a vida. E, ao mesmo tempo, pedimos maior segurança para garantir a segurança dos fiéis das comunidades cristãs que perseveram na fé, que corajosamente enfrentam por vezes longos trajetos para participar na Celebração Eucarística”, acrescentou D. Massimiliano Palinuro.

No Dia Mundial contra a Lepra, que se assinala este domingo, o Papa agradeceu o trabalho de todos os que tratam uma das doenças “mais temidas” e que atinge “os mais pobres e marginalizados.

PR

 

Notícia atualizada 10h40, 29 de janeiro

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Agência ECCLESIA

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