Vaticano: 60 milhões de euros para África

Responsáveis católicos apresentaram preocupações com a seca no Corno de África, pedindo apoio da comunidade internacional

Cidade do Vaticano, 07 out 2011 (Ecclesia) – As organizações humanitárias da Igreja Católica vão distribuir cerca de 60 milhões de euros em ajudas de emergência, no chamado Corno de África, para responder à fome e à seca que ameaçam 13 milhões de pessoas.

O anúncio foi feito hoje no Vaticano pelo secretário-geral da Caritas Internationalis, Michel Roy, numa conferência de imprensa sobre a ação dos organismos católicos na Somália, Etiópia, Quénia e Djibuti, países afetados pela seca mais grave em várias décadas e onde as populações precisam de ajuda humanitária urgente, segundo a ONU.

Roy, representante da confederação internacional das 162 organizações de ajuda e assistência presentes em 200 países e territórios – incluindo Portugal -, disse aos jornalistas que mais de um milhão de pessoas estão a ser ajudadas, com 31 milhões de euros já recolhidos através de donativos e campanhas de solidariedade em vários países do mundo.

Pela primeira vez o Conselho Pontifício «Cor Unum» (CPCU) – organismo da Santa Sé responsável pela coordenação da ação humanitária e solidária da Igreja – apelou a uma recolha comum de fundos das principais organizações caritativas católicas.

As prioridades da ajuda humanitária, neste momento, são a alimentação, em especial para as crianças, a água potável, tendas e medicamentos.

Para os responsáveis católicos as ajudas da comunidade internacional “não são suficientes” e é de prever que a situação piore, caso não chova em outubro.

O cardeal guineense Robert Sarah, presidente do CPCU, afirmou que a Igreja “vai continuar a cumprir a sua missão” e procura a “colaboração das outras comunidades cristãs para a resolução do drama humano que está a ter lugar”.

Nesse sentido, foi estabelecida uma parceria com a Igreja Anglicana para ajudar “milhões de pessoas que vagueiam, na luta pela sobrevivência, e que amanhã se tornarão refugiados, clandestinos, apátridas, gente que não tem casa, trabalho, comunidade”.

“Corremos o risco de perder uma geração inteira”, alertou o prelado africano.

O presidente do CPCU disse que, após a fase de emergência, será necessário apostar na formação das novas gerações, deixando o apelo de se construir “uma escola em cada aldeia”.

Presente na conferência de imprensa, o administrador apostólico de Mogadíscio, Somália, D. Giorgio Bertin, pediu uma resposta “imediata” e “olhos abertos para o futuro” para evitar “aquilo que se pode evitar”.

O prelado alertou, em particular, para a situação na Somália, considerando que “se as imagens mais dramáticas” chegam desse país isso se deve “não só à seca, mas também porque falta uma autoridade, falta o Estado”.

No final do encontro, o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, que pediu aos jornalistas uma transmissão da “real dimensão dos problemas”.

Bento XVI apelou esta quarta-feira à comunidade internacional para que envie “ajudas concretas” aos milhões de pessoas que passam fome na região do Corno de África.

Segundo o presidente do CPUC, o Papa enviou 400 mil dólares para as primeiras intervenções de acolhimento e assistência às vítimas da fome, da seca e dos conflitos armados nesta região africana.

OC

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