Francisco acompanhou final da Missa do Jubileu dos Doentes, num momento que surpreendeu a multidão









Cidade do Vaticano, 06 abr 2025 (Ecclesia) – O Papa regressou hoje à Praça de São Pedro, 55 dias depois, numa aparição surpresa, para acompanhar o final da Missa do Jubileu dos Doentes.
Francisco chegou em cadeira de rodas, com cânulas nasais para administração de oxigénio, sendo conduzido por entre a multidão até diante do altar, onde saudou a multidão, com gestos discretos, e abençoou os participantes.
“Bom domingo a todos”, disse, perante o entusiasmo das milhares de pessoas que acorreram à Praça de São Pedro.
Devido a uma falha do microfone, Francisco repetiu a saudação.
“Bom domingo a todos, muito obrigado”, acrescentou, antes de regressar a Santa Marta, tendo ainda cumprimentado alguns dos participantes, junto à Basílica de São Pedro.
A homilia da celebração, preparada pelo Papa, tinha sido lida pelo arcebispo italiano Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização (Santa Sé).
No final da Missa foi lida uma mensagem de Francisco, que agradeceu a todos os que participaram na celebração pelas “orações elevadas a Deus pela sua saúde”.
“Desejando que a peregrinação jubilar seja rica de frutos, ele concede-lhes a sua bênção apostólica, estendendo-a aos entes queridos, aos doentes e aos que sofrem”, referia ainda o texto, que foi repetido em várias línguas.
O Papa regressou à Casa de Santa Marta no dia 23 de março, após o maior internamento do atual pontificado, iniciado a 14 de fevereiro, no Hospital Gemelli, na sequência de uma infeção polimicrobiana das vias respiratórias, que se agravou para uma pneumonia bilateral.
Pela oitava semana consecutiva, o Vaticano distribuiu apenas por escrito a reflexão para a recitação do ângelus, em que Francisco aborda os momentos da hospitalização e convalescença.
“Sinto o ‘dedo de Deus’ e experimento a sua carícia. No dia do Jubileu dos Doentes e do Mundo da Saúde, peço ao Senhor que este toque do seu amor chegue a quem sofre e encoraje quem cuida dele”, escreve.
Francisco reza pelos médicos, enfermeiros e profissionais de saúde, sublinhando que “nem sempre são ajudados a trabalhar em condições adequadas e, por vezes, são até vítimas de agressões”.
A sua missão não é fácil e deve ser apoiada e respeitada. Espero que sejam investidos os recursos necessários no tratamento e na investigação, para que os sistemas de saúde sejam inclusivos e atentos aos mais frágeis e aos mais pobres”.
A última aparição do Papa em São Pedro tinha sido a 9 de fevereiro, no Jubileu dos militares e políticas, quando Francisco assumiu as “dificuldades em respirar”, antes de passar ao mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, D. Diego Ravelli, a responsabilidade de ler a intervenção preparada.
O Vaticano anunciara no sábado que a reflexão do Papa para o ângelus iria ser distribuída apenas por escrito, pela oitava semana consecutiva.
Na última sexta-feira, o diretor da sala de imprensa da Santa Sé assinalou “ligeiras melhorias” no estado de saúde de Francisco, em convalescença na Casa de Santa Marta, admitindo que pudesse haver novidades na presença do Papa na oração dominical.
“Esta manhã, o Papa Francisco uniu-se à peregrinação jubilar dos doentes e do mundo da saúde. Antes de saudar os peregrinos e os fiéis na praça, a quem dirigiu os seus agradecimentos, recebeu o sacramento da reconciliação na Basílica de São Pedro, recolheu-se em oração e atravessou a Porta Santa”, informou hoje a sala de imprensa da Santa Sé, em nota enviada aos jornalistas.
OC
Notícia atualizada às 11h16