Valorizar o trabalho

“Valorizar o Trabalho – Dignificar a Pessoa” é o tema do XIII Congresso Nacional da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), que decorrerá em Setúbal de 7 a 9 de Junho. Para os trabalhadores cristãos, é preciso contrariar a ideia de que a competitividade e o lucro das empresas assentam na precariedade do vínculo laboral, na flexibilização e rotatividade dos horários e nos baixos salários. “A facilidade com que várias empresas encerram ou se deslocam para países onde a mão-de-obra é mais barata, coloca os trabalhadores numa permanente insegurança sobre o futuro do seu trabalho”, lamenta a LOC/MTC, para quem, por causa do medo e do individualismo, “a cidadania activa não está ainda enraizada na cultura dos trabalhadores”. Nesse sentido, a valorização do trabalho deve passar “pelo direito ao trabalho e ao pleno emprego para todas as pessoas nas suas plenas capacidades”. O combate ao desemprego e ao trabalho precário e a implementação de condições salariais justas que permitam aos trabalhadores e suas famílias viver dignamente são outras das prioridades para este congresso. A LOC/MTC indica também que “o forte interesse por parte de alguns grupos económicos em privatizar parte da Segurança Social põe em risco a solidariedade social”. “Valorizar o trabalho, digno que respeite os direitos dos trabalhadores faz de cada ser humano um ser mais feliz, um agente da esperança, da inovação e da partilha de saberes, ao serviço da edificação de um mundo novo, onde possam jorrar a paz, a justiça e a fraternidade”, referem os trabalhadores cristãos. “O trabalho deve ser valorizado, os direitos dos trabalhadores respeitados e que faça de cada ser humano um ser feliz, um agente da esperança, da inovação e da partilha de saberes que, completando a obra do Criador, o coloque ao serviço da edificação de um mundo novo, onde possam jorrar a paz, a justiça e a fraternidade”, acrescentam. De 2004 ao Congresso de Setúbal Seguindo as linhas programadas no Congresso de 2004, em Viseu, o Movimento foi desafiado a trabalhar na construção de um mundo novo, vivendo e testemunhando a esperança, acreditando que “as condições e os meios para tornar o mundo mais justo e humano estão ao nosso alcance”, porque ninguém se devia resignar frente a uma globalização que tem unicamente por base critérios economicistas. Após uma análise à realidade social do país e à vida dos trabalhadores e suas famílias, constatou-se um agravamento da crise que vinha afectando as suas vidas. As políticas então seguidas estavam forçosamente a provocar uma maior desigualdade social, originada por uma orientação em favor dos mais ricos, que contava com cerca de meio milhão de desempregados e maior precariedade no trabalho. Perante estas realidades a Equipa Nacional, decidiu iniciar o seu Plano de Acção, em 2004/2005, centrado na Família, dando uma atenção especial no campo do Trabalho, da Escola, Prestações Sociais e Desenvolvimento. A partir do trabalho realizado nas diversas dioceses, da acção dos seus militantes e dos encontros alargados a outros trabalhadores, foi possível verificar que o desemprego e a precariedade no trabalho continuavam a aumentar, dificultando a vida das famílias e contribuindo em muitos casos para o seu endividamento. Estas preocupações constituíram um desafio à Equipa Nacional, levando-a a elaborar o seu Plano de Acção para 2005-2006 tendo como objectivo principal reflectir sobre o Futuro do Trabalho. Neste campo, foi possível lançar e dar corpo a um conjunto de iniciativas, tais como: Revisões de Vida nos grupos, encontros de formação, debates sobre o futuro do trabalho, conferências e trabalho de parcerias com outras organizações. Nas acções desenvolvidas destaca-se o Encontro Nacional de Trabalhadores realizado na cidade de Guimarães com a presença de mais de um milhar de trabalhadores. Desse encontro surgiu a “Declaração de Guimarães” sobre “O Futuro do Trabalho”, na qual foram apontados valores e desafios quanto ao futuro. A declaração de Guimarães sobre o Futuro do Trabalho foi bastante clara quando apontava que o Trabalho tem futuro se os saberes, os meios, as funções e os tempos de trabalho forem partilhados por todos. LOC/MTC Documento de Orientação do Congresso Valorizar o Trabalho – Dignificar a Pessoa

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