Valores da sociedade apontam as soluções para o Não

Quarto texto de D. José Policarpo sobre o aborto D. José Policarpo apresenta as “verdadeiras soluções” para dizer Não ao aborto. A resposta “devemos procurá-las nos grandes valores da civilização cristã e de uma sociedade justa e humanista, que ponha os valores acima dos interesses”. O amor fraterno é apresentado como o primeiro dos valores. No quarto dos cinco textos que o Cardeal Patriarca de Lisboa publica a respeito do Referendo sobre o Aborto, a solidariedade é apontada como o “dinamismo fundamental da construção da comunidade e de uma sociedade solidária”. Relembrando um estudo realizado pela Universidade Católica Portuguesa, que inquiria as mulheres, se, num caso de maternidade difícil, optariam pelo aborto ou por aceitar a ajuda para poder levar a termo a sua maternidade, 76% das inquiridas responderam que, se fossem ajudadas, não recorreriam ao aborto. D. José Policarpo indica que “este é um desafio feito ao Estado, à sociedade e também à Igreja”, o encontro de soluções na linha da solidariedade e da ajuda fraterna, como uma “rede de apoio, discreta mas eficaz, de modo que toda a mulher a quem se coloque a tentação de recorrer ao aborto, saiba onde e a quem poderá recorrer, onde seja salvaguardada a sua intimidade e lhe seja garantida a ajuda de que precisa: espiritual, psicológica e material”, aponta o Cardeal de Lisboa. A educação é outro caminho apontado. “A educação deve propor um quadro de compreensão da vida humana, dos instintos à liberdade, que abra para a generosidade e para a responsabilidade”, adverte D. José Policarpo, pois o “exercício da liberdade numa perspectiva individualista, em que cada um pode fazer tudo o que quer não leva nem ao crescimento da pessoa, nem à edificação de uma sociedade justa e solidária”. “A sociedade fica confrontada com problemas criados por uma liberdade individual sem responsabilidade”, afirma o Cardeal de Lisboa, os acidentes de viação, as agressões contra o ambiente, o abandono e abuso de crianças, o aborto são disso exemplos. “O exercício individualista da liberdade origina uma sociedade permissiva”, e o Estado gasta “energia e a sua capacidade a corrigir esses abusos da liberdade”. A educação para a sexualidade, generosa e responsável, que encontra no amor o contexto positivo do seu sentido é a resposta ao problema do aborto. “O uso da sexualidade levará ao desrespeito da pessoa humana” que resulta na violência familiar, no abuso de crianças, na sida, na utilização da mulher como objecto, nos percalços indesejáveis na adolescência, no aborto. O Cardeal patriarca de Lisboa aponta para a necessidade de acordar para “uma educação que promova a dignidade da pessoa humana” e refere que a educação sexual nas escolas é “bem-vinda e necessária”. Mas deverá ser enquadrada na pessoa humana, “numa sadia regulação da própria fecundidade” sob pena de gerar “mais permissivismo, mais violência, mais problemas”. A doutrina da Igreja baseia-se no princípio da fecundidade responsável e generosa, “desafia os cristãos a viverem a sua sexualidade como experiência de amor generoso, no quadro da família, potenciada com a graça própria do sacramento do matrimónio”, explica D. José Policarpo. “O não sancionamento ético, por parte da Igreja, de todos os métodos de regulação da fecundidade, não pode ser usado como argumento a favor do aborto”, aponta pois eles indicam “o caminho de santidade, situam-se no âmbito da consciência da pessoa, homem e mulher e não comprometem a vida de outro ser humano, como no caso do aborto”, aponta D. José Policarpo. Neste quadro cultural constrõem-se soluções, “não apenas para o problema do aborto, mas para a estabilidade do casamento, para os desregramentos que impedem uma vida sadia e para a erradicação de todas as formas de violência que têm a sua origem numa sexualidade desregrada e egoísta”, finaliza. Notícias relacionadas As verdadeiras soluções

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