V CEN: Presidente da CEP pede que Eucaristia leve ao encontro de «quem mais precisa»

D. José Ornelas deixa mensagem aos que se sentem «desanimados com os escândalos, os abusos»

Braga, 01 jun 2024 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) pediu hoje em Braga que a Eucaristia leve as comunidades católicas ao encontro de “quem mais precisa”.

“A Eucaristia desemboca sempre no partir do pão”, que é “oferecido a quem mais precisa”, indicou D. José Ornelas, na Missa que inaugurou o segundo dia de trabalhos do V Congresso Eucarístico Nacional (CEN), a decorrer no Fórum Braga.

O responsável católico apelou à partilha do “pão da vida, da solidariedade, da presença, da misericórdia”.

“Juntos, nós fazemos a diferença”, sustentou.

A homilia dirigiu-se às pessoas “desanimadas com os escândalos, os abusos”, na Igreja, destacando que ninguém deve esperar uma comunidade “perfeita” para fazer parte dela.

“Somos esta Igreja sempre a caminho”, precisou.

O CEN, que se iniciou esta sexta-feira, acontece na arquidiocese minhota, 100 anos depois da sua primeira edição, com o tema ‘Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»’.

De acordo com a organização, estão inscritas cerca de 1400 pessoas, com representação de todas as dioceses de Portugal, quatro cardeais e 30 bispos, sendo esperada a participação de dezenas de milhares de pessoas na Eucaristia de encerramento, este domingo, no Santuário do Sameiro.

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Que este Congresso ajude a nossa Igreja a partilhar os dons que o Senhor coloca à sua disposição em cada irmão e irmã, para partilharmos em comunidade e para oferecer aos que mais precisam”, desejou D. José Ornelas.

O bispo de Leiria-Fátima sublinhou que este encontro acontece em “tempos de rápida e radical mudança em todo o mundo” e na Igreja.

“Deus, tantas vezes, é incómodo, para nos pôr a caminho e fazer renovar a autêntica presença de Deus no meio de nós”, apontou.

A homilia evocou a celebração da memória litúrgica de São Justino (séc. II), teólogo e mártir, a quem se deve a mais antiga descrição da Eucaristia e que procurou uma “sabedoria nova” para falar à cultura romana.

O presidente da CEP sublinhou que já neste relato das celebrações dominicais, a Eucaristia surgia em primeiro lugar como “uma reunião”, a “comunidade que se reúne, em nome do Senhor”.

“Somos chamados, não vimos aqui simplesmente porque nos pusemos de acordo”, declarou.

A homilia destacou a reforma litúrgica do Vaticano II (1962-1965), que ajudou a “celebrar de outro modo”, referindo que “não há razão para querer voltar atrás”.

“É sempre a mesma presença do Senhor que celebramos”, indicou D. José Ornelas.

A intervenção recordou experiências ligadas à celebração da Eucaristia, em territórios de missão, como numa comunidade de Moçambique (Zambézia), durante a guerra, na qual os cristãos iam pé ao Malawi, durante cerca de 200 quilómetros, para trazer a Eucaristia.

“Sentiam que valia a pena esse risco, esse esforço”, observou o presidente da CEP.

Foto: Agência ECCLESIA/CB

O programa do V CEN prossegue com a intervenção do padre Carlos Carneiro, jesuíta, que apresenta a conferência “Alimentar a Esperança”.

A partir das 15h00 realizam-se sete workshops sobre os temas hospitalidade, jovens (JMJ e Eucaristia), família, pobres, ecologia, espiritualidade eucarística e confrarias do Santíssimo Sacramento.

No domingo, a partir das 07h00, os participantes são convidados a fazer-se peregrinos, a pé, até ao Sameiro.

OC

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