V CEN: Colheita de sangue teve 42 dádivas, em gesto solidário de participantes

«Primeira vez que dou sangue, primeira vez que tenho Congresso Eucarístico, é tudo uma abertura para esta fonte de vida» – Ruben Pinheiral

Braga, 04 jun 2024 (Ecclesia) – O V Congresso Eucarístico Nacional (CEN), em colaboração com a Federação das Associações de Dadores de Sangue-Portugal (FAS), promoveu uma de colheita de sangue e entre os participantes deste encontro houve quem doasse pela primeira vez.

“Dar sangue é dar vida, e darmo-nos um pouco de cada um de nós. E no contexto deste V Congresso Eucarístico Nacional, parece-me essencial termos em vista este darmo-nos um pouco de nós. Também é fonte da Igreja darmo-nos um pouco de nós”, disse à Agência ECCLESIA o seminarista Rúben Pinheiral.

“E este pequeno gesto, dar nem que seja um pouco de sangue, para alguém que não vamos conhecer, acho que também é um sinal da Igreja e do que a Igreja tem que ser nos dias de hoje: dar-nos a todos”, salientou.

“Cada dador de sangue pode ser a esperança de outra pessoa que necessita de sangue para sobreviver, sem dúvida”, realçou Joaquim Silva, da Federação das Associações de Dadores de Sangue-Portugal.

Sobre os números da sessão de colheita de sangue do V CEN, a FAS Portugal informou a Agência ECCLESIA que tiveram 42 dádivas dos 52 inscritos, incluindo 21 novos dadores.

‘Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»’ foi o tema do Congresso Eucarístico Nacional, que decorreu em Braga, de 31 de maio a 2 de junho, nos dois primeiros dias no Fórum Braga, onde se realizou a colheita de sangue.

“Num Congresso Eucarístico uma dádiva de sangue, não foi isso que Deus fez por nós? Então, vamos dar também um bocadinho daquilo que nós temos, que é o nosso sangue, para ajudar também outros e é isso que Jesus nos pede, para termos compaixão, misericórdia e ajudar uns aos outros”, desenvolveu Maria Coelho, da Paróquia de Talhadas (Arciprestado de Sever de Vouga), na Diocese de Aveiro.

A Federação das Associações de Dadores de Sangue-Portugal, com os seus voluntários, para além de apelar e incentivar à dádiva entre os participantes do CEN, também tinha diverso material informativo, pins e folhetos, revistas e livros, como um que é testemunho da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, intitulado ‘A Jornada da Dádiva de Sangue – na JMJ 2023’.

“A nossa preocupação é fazer passar a mensagem junto de todas estas pessoas, sobretudo dos responsáveis da Igreja para que nos ajudem a fazer este trabalho, chegar sobretudo aos jovens, para que os jovens venham à dádiva de sangue”, disse o presidente da Mesa da Assembleia Geral da FAS-Portugal, à Agência ECCLESIA.

Joaquim Silva também tinha um penso no braço e destaca a importância do exemplo, vai fazer 67 anos e não esperava doar sangue, nessa sexta-feira, mas foi “com muita alegria” que fez mais uma dádiva, e espera continuar, lembrando também o “exemplo extraordinário” do cardeal D. Américo Aguiar, “que é um dador de sangue regular, e que na Jornada Mundial da Juventude passou uma mensagem maravilhosa”.

Rúben Pinheiral, jovem de 21 anos de idade, do Seminário Conciliar da Arquidiocese de Braga, está no 3.º ano de Teologia, e não tinha planeado começar a ser dador de sangue no seu primeiro Congresso Eucarístico Nacional.

“Está a valer muito a pena, primeira vez que dou sangue, primeira vez que tenho Congresso Eucarístico: É tudo uma abertura para esta fonte de vida”, garantiu, explicando que a conferência da tarde “demorou menos um pouquinho” e com um colega decidiram ‘vamos dar sangue’.

Maria Coelho, da Diocese de Aveiro, é dadora de sangue, mas não doava há vários anos e lembra que receberam informações da organização do V CEN sobre esta dádiva de sangue no primeiro dia de congresso, no Fórum Braga.

“Eu não estava à espera que houvesse, mas quando soube, percebi que fazia todo o sentido e que era a altura perfeita para o voltar a fazer, visto que já não o fazia há três anos”, acrescentou a jovem à Agência ECCLESIA.

Segundo Joaquim Silva, da Mesa da Assembleia Geral da FAS-Portugal, a inscrição prévia “não teve muita aderência”, mas com o trabalho das pessoas tiveram uma afluência que podem “considerar que é boa”.

CB/OC

 

Joaquim Silva destacou que “não é uma novidade” a parceira com a Igreja Católica e a promoção de diversas iniciativas conjuntas, e recua no tempo, muito para além da “parceria extraordinária” com a Fundação JMJ Lisboa 2023, realizada também com o Instituto Português do Sangue.

“Nos anos 80 do século passado, a Igreja teve uma importância decisiva, nessa altura morria-se imenso nos hospitais por falta de sangue. Tínhamos 18 dadores por cada mil habitantes, quando a Organização Mundial de Saúde preconiza que uma sociedade para ter sangue suficiente para tratar os sangues doentes deve ter entre 42 a 45 dadores. Aqui percebemos que a situação era grave”, contextualizou.

O presidente da Mesa da Assembleia Geral da Federação das Associações de Dadores de Sangue explica que a Igreja Católica “teve um papel decisivo” a ajudar a fazer a promoção “junto dos cristãos e não só, da população em geral”.

“Que nos trouxe a esta situação atual, em que as reservas de sangue estão sempre num equilíbrio um tanto instável. Basta que haja um surto gripal na população e vivemos situações graves, algumas bem graves, e, neste momento, estamos com uma situação de falta de sangue no país. Este é o nosso trabalho, temos de estar presentes onde estejam pessoas”, acrescentou o entrevistado, da federação que também tem um ‘Comité Jovem’, desde 2015.

 

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