Mensagem pascal destaca crises no Médio Oriente, África e América Latina, pedindo atenção da comunidade internacional
Cidade do Vaticano, 17 abr 2022 (Ecclesia) – O Papa evocou hoje na sua Mensagem de Páscoa mais de uma dezena de conflitos que afetam o mundo, além da guerra na Ucrânia, pedindo maior atenção da comunidade internacional.
“Que o conflito na Europa nos torne mais solícitos também perante outras situações de tensão, sofrimento e angústia, que tocam demasiadas regiões do mundo e que não podemos nem queremos esquecer”, referiu Francisco, na Basílica de São Pedro, antes da bênção ‘Urbi et Orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo], no dia da festa mais importante para a Igreja Católica, que assinala a ressurreição de Jesus.
A intervenção evocou, em particular, a situação no Médio Oriente, “dilacerado por anos de divisões e conflitos”, e rezou pela paz em Jerusalém entre cristãos, judeus e muçulmanos.
“Possam os israelitas, palestinos e todos os habitantes da Cidade Santa, juntamente com os peregrinos, experimentar a beleza da paz, viver em fraternidade e gozar de livre acesso aos Lugares Santos no mútuo respeito pelos direitos de cada um”, disse Francisco.
O Papa falou das crises no Líbano, Síria, Iraque, Líbia, Iémen e Afeganistão, evocando, neste caso, a “dramática crise humanitária que atormenta a população”.
“Haja paz para todo o continente africano, a fim de que cessem a exploração de que é vítima e a hemorragia causada pelos ataques terroristas – particularmente na região do Sahel – e encontre apoio concreto na fraternidade dos povos”, prosseguiu.
Francisco citou, em particular, a “grave crise” na Etiópia, a violência na República Democrática do Congo e as consequências das “enchentes devastadoras” na África do Sul.
Cristo ressuscitado acompanhe e assista as populações da América Latina, que, em alguns casos, viram piorar as suas condições sociais nestes tempos difíceis de pandemia, agravadas também por casos de criminalidade, violência, corrupção e tráfico de drogas”.
O Papa falou em particular do “caminho de reconciliação que a Igreja Católica no Canadá está percorrendo com os povos autóctones”, duas semanas depois do seu encontro com delegações indígenas, no Vaticano.
“Que o Espírito de Cristo ressuscitado cure as feridas do passado e disponha os corações na busca da verdade e da fraternidade”, declarou.
Francisco presidiu esta manhã à Missa do Domingo de Páscoa, de regresso à Praça de São Pedro, no Vaticano, após dois anos de limitações impostas pela pandemia.
A mensagem ‘urbi et orbi’ destacou a importância de celebrar a ressurreição de Jesus neste contexto.
“Hoje mais do que nunca precisamos dele, no termo duma Quaresma que parece não querer acabar. Temos atrás de nós dois anos de pandemia, que deixaram marcas pesadas. Era o momento de sairmos do túnel juntos, de mãos dadas, juntando as forças e os recursos”, disse.
OC