UNITA reconhece papel da Igreja Católica em Angola

O presidente da UNITA elogiou ontem o papel da Igreja Católica em Angola, realçando que a sua acção tem sido «muito importante» na mentalização das populações para a paz, na assistência social, saúde e educação. «A UNITA reconhece o papel que a Igreja teve no passado e tem actualmente em Angola e entende que ele deve ser encorajada pelas autoridades e pela sociedade angolana », disse Isaías N’Gola Samakuva. O líder da UNITA, que falava aos jornalistas após um encontro, em Braga, com o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, deixou uma palavra de encorajamento à Igreja Católica para que continue a desempenhar a sua missão no seu País, martirizado por sucessivos conflitos. «O mundo hoje precisa da força da Igreja não só para manter e consolidar a paz, promover o amor entre os cidadãos, como também para desenvolver acções noutros sectores», indicou, adiantando que recentemente visitou uma área remota do interior angolano e pode constar o «serviço inestimável» prestado por um hospital gerido por padres católicos. Questionado se as relações entre os Estados português e angolano favorecem o intercâmbio religioso, o dirigente do partido do “Galo negro” respondeu que sim, indicando que as relações entre os dois Estados «neste momento são boas» assim como entre as hierarquias das Igrejas em Portugal e em Angola. «Sabemos até que D. Jorge tem contacto directo com os bispos de Luanda», indicou. Isaías Samakuva lamentou, contudo, a existência de dificuldades na atribuição de vistos, defendendo que é necessário «agilizar» e «tornar mais fácil» o processo para atrair investimento e combater a imigração clandestina. «Há portugueses que gostariam de desenvolver actividades empresarias em Angola e que se queixam de dificuldades na aquisição de vistos e não só. É um problema para o qual já alertamos as autoridades», disse o dirigente, referindo que a UNITA tem ideias concretas sobre a forma de agilizar a passagem mútua de vistos. Uma delas é a atribuição de vistos à entrada, nos aeroportos, à semelhança do que acontece noutros países. «Essa forma garante segurança ao País e ajuda à promoção do investimento que nós tanto precisamos», disse. Instado a pronunciar-se sobre a instabilidade no Zimbabué, Isaías Samakuva confessou que os membros da UNITA estão «tristes, desapontados e preocupados» com o modo como se desenrola o processo pós-eleitoral, mostrando- se confiante de que em Angola as Eleições de Setembro irão decorrer de forma «livre e justa». «Tudo estamos a fazer para que partidos da oposição, partido no poder tenham um comportamento distinto daqueles manifestado por outros países africanos. Já temos uma experiência amarga, de 1992, e creio que ninguém em Angola estará interessado em repetir o que já passou», sustentou. Após o encontro de cortesia com o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e Arcebispo de Braga, a comitiva da UNITA reuniu-se com os dirigentes da Associação Industrial do Minho e a Associação Comercial de Braga. Numa altura em que está a elabora o seu programa de Governo, a UNITA procura dar a conhecer em Portugal a sua linha política e estabelecer relações com potenciais investidores, empresários e comerciantes.

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