Assembleia da COMECE lembrou Ano Europeu do Combate à Pobreza e reflectiu sobre liberdade religiosa e desarmamento nuclear
Os responsáveis políticos foram incapazes de resolver as origens da pobreza e assim evitar o aparecimento de novas crises económicas, denunciam os bispos da União Europeia.
No comunicado final da assembleia plenária dos bispos da Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia (COMECE), realizada entre 14 e 16 de Abril em Bruxelas, os prelados defendem que a solução está no equilíbrio “entre interesses individuais e interesses de todos – isto é, o Bem comum”.
Depois de recordar que a Igreja “é um dos principais actores da luta contra a pobreza na Europa”, os bispos sublinham que é preciso encontrar uma “melhor conciliação entre legalidade – o que é permitido – e justiça” para responder à desordem dos valores.
A assembleia sugere ainda aos políticos que alarguem os actuais instrumentos de medição da pobreza, de modo a que “não incluam apenas critérios materiais mas também relacionais”.
Os participantes avaliaram o relatório do Secretariado da COMECE intitulado “A liberdade religiosa, fundamento da política dos Direitos do Homem nas relações exteriores da União Europeia”, documento que enuncia as violações deste direito e indica um conjunto de recomendações para o promover.
O texto será entregue aos membros do Parlamento Europeu e à vice-presidente da Comissão Europeia e alta representante da União para os negócios estrangeiros e a política de segurança, Catherine Ashton.
O programa do encontro incluiu a apresentação de um estudo que antecipa a conferência de revisão do Tratado de não proliferação nuclear, a realizar em Maio.
O documento recomenda aos negociadores da União Europeia que baseiem o desarmamento nos “princípios da transparência, verificação e irreversibilidade” e que encontrem maneiras de a sociedade civil participar mais activamente “neste debate fundamental para o futuro da humanidade”.
Os bispos celebraram uma missa em memória das vítimas do acidente aéreo que causou a morte de vários dirigentes políticos polacos, entre os quais o presidente do país, e evocaram, também com uma eucaristia, o antigo presidente da COMECE, D. Josef Homeyer, falecido a 30 de Março.
A assembleia acolheu como novo membro por Chipre D. Youssef Soueif, arcebispo dos Maronitas.