Numa videoconferência diretamente de Alepo, promovida pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre
Lisboa, 07 dez 2016 (Ecclesia) – Um grupo de crianças da cidade de Alepo, na Síria, denunciou à União Europeia, numa videoconferência com Bruxelas, as atrocidades que estão a ser cometidas durante a guerra civil no seu país.
Segundo um comunicado da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), enviado hoje à Agência ECCLESIA, crianças cristãs e muçulmanas testemunharam junto de dirigentes da União Europeia o drama que as populações sírias estão a viver e pediram o “fim dos bombardeamentos”.
Magda, uma das jovens participantes, mostrou-se “triste por causa da guerra”, que já levou muitos dos seus amigos.
“Quase todos os meus amigos já se foram embora, ou estão feridos ou mortos. Eu peço e rezo para que a guerra termine e a paz possa chegar aos nossos corações”, afirmou.
Outra criança, Zacaria Martini, lamentou um confronto que “está a destruir tudo”, e recordou os anos em que “havia paz” na Síria.
A cidade de Alepo é uma das regiões mais atingidas pelo conflito na Síria, entre as tropas do regime de Bashar al-Assad e vários grupos dissidentes, que já dura há mais de cinco anos.
Uma guerra que, de acordo com a AIS, “já provocou mais de 400 mil mortos e a destruição de cerca de três mil escolas”, deixando cerca de dois terços das crianças sem aulas.
Depois desta videoconferência promovida em Bruxelas pela Fundação AIS, esta terça-feira, foi ainda inaugurada uma exposição com desenhos e mensagens de crianças sírias, que sublinha também o terror em que vivem os mais novos e as suas famílias, num território marcado pelo “medo” e pelo “som das explosões”.
Um dos jovens, Razan, reza a Deus para que “faça voltar tudo a ser como era dantes e que salve o nosso país”.
Neste evento em Bruxelas estiveram presentes o vice-presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, e o enviado especial para liberdade e religião da União Europeia, Ján Fidel.
JCP