União de Valores

A União Europeia é desafiada, 50 anos depois dos Tratados de Roma, a ultrapassar a sua vocação económica original para abrir-se a dimensões “mais amplas”, inclusivamente políticas e institucionais. Esta foi uma das ideias que marcou o início do Congresso internacional promovido pela Comissão dos Episcopados da UE(COMECE) para assinalar os 50 anos dos Tratados fundadores da Comunidade Europeia, num momento de reflexão sobre o futuro da Europa que se estende até 25 de Março. O presidente da Comissão Episcopal Italiana, D. Angelo Bagnasco, anfitrião do evento, referiu na abertura dos trabalhos que “o processo de unificação iniciado com coragem pelos pais fundadores, que conheceram momentos de incerteza e de dificuldade em conjunto com outros de grande entusiasmo, exige hoje uma nova assumpção de responsabilidades e um renovado compromisso comum”. Reunidos em volta do tema “Valores e perspectivas para a Europa de amanhã”, cerca de 400 participantes procuram “identificar valores-chave” para os cristãos, confirmando aqueles que definiram o processo de unificação europeia desde o seu início. Sábado será proclamada a “Mensagem de Roma”, que vai ser enviada aos Chefes de Estado e de Governo da UE. 23 delegações episcopais estarão presentes, ao lado dos maiores movimentos e comunidades católicas da Europa. A Conferência Episcopal Portuguesa é representada por Manuel Porto, João Carlos Espada e Joana Rigatto. Um grande número de políticos europeus de referência também irão marcar presença: Romano Prodi, Mary McAleese, Wolfgang Schäuble, Hans-Gert Pöttering, Peter Sutherland, Marcelino Oreja e Mario Monti. A Santa Sé é representada por D. Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados. O presidente da COMECE, D. Van Luyn, lembrou na sua intervenção que o ser humano tem uma “dimensão cultural e espiritual” que não pode ser esquecida na construção europeia, indo para além do “mercado comum”. Admitindo que a Europa atravessa “um momento difícil”, este responsável falou do contributo que os cristãos podem dar, recordando que a UE possui uma identidade própria: “Esquecer a fonte de valores que é a Igreja, descurar a solidariedade e cair na autocomplacência” são, nesse sentido, perigos a evitar. Franco Frattini, vice-presidente da Comissão Europeia, admitiu que “na agenda da nova Europa é preciso voltar a falar das raízes cristãs, porque estão intimamente ligadas à nossa identidade”. Dossier AE Europa

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