Joaquim Azevedo
É muito mais cómodo não querer ver nem sentir, continuar no sofá a falar de discriminação, acusar os professores e escolas que tentam fazer diferente, em vez de os e as apoiar, acompanhar e ir corrigindo eventuais falhas.
Proponho uma visita a uma nova linha do metro do Londres: “School to Prison Line”. Talvez assim se possa voltar a pensar na urgência inadiável de uma maior justiça escolar.
No dia 23 de agosto passado, um grupo de jovens ingleses colocou no Metro de Londres (Nothern Line), em cima dos mapas com a descrição da linha e das estações, outros intitulados “School to Prison Line”. Estes mapas foram apresentados como um protesto contra o modelo escolar que “perde” todos os dias 35 jovens e contra o modelo de avaliação e certificação existente, o GCSE, tendo sido colocados no próprio dia da apresentação dos resultados obtidos nestas avaliações externas. Dizem eles, num texto colado ao lado, num grande cartaz: “Today is GCSE results day. While most pupils across the country are excitedly waiting for news about their future, thousands remain left behind. Every day, 35 pupils (a full classroom) are permanently excluded from school. Only 1% of them will go on to get the five good GCSEs needed to succeed. It is the most disadvantaged children who are disproportionately punished by the system. We deserve better. We are a group of South London students who believe in empathy not exclusion. We demand a more compassionate education system and a supportive approach to behaviour and discipline. And we demand schools are given the financial resources to make it possible.”