Ana Jorge e D. Carlos Azevedo encerram XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde
A sensibilização para a doação de órgãos exige uma nova cultura, alargando o debate nesta área para além dos especialistas na área dos transplantes. A posição foi defendida esta Quinta-feira, em Fátima, pela ministra da saúde, Ana Jorge, e o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo.
Na conclusão do XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, promovido pela Igreja Católica, sob o tema “Transplante de Órgãos: Doação para a Vida”, Ana Jorge destacou “a perspectiva” com que este debate se realizou, “assumindo-se, claramente, que este é um debate que deve ser feito por todos e não deverá estar restrito a médicos e a outros profissionais de saúde que se especializaram nesta área”.
D. Carlos Azevedo, por seu lado, indicou que “a temática deste encontro é um acto de cultura e um acto de espiritualidade”, que implica um investimento na educação e numa nova cultura.
“Continuar a servir os outros depois da morte é uma maravilha para quem tem da vida um amplo horizonte de sentido”, acrescentou.
Ana Jorge sublinhou a “inegável influência da Igreja Católica na sociedade portuguesa” e declarou, no seu discurso, que “debater este tema, desmistificando-o, é transmitir conhecimento e é falar sobre os inúmeros doentes à espera de um órgão para receber um transplante que lhes restitua a saúde e a qualidade de vida que perderam”.
A ministra da saúde considerou “particularmente importante o apelo que é feito pela Pastoral da Saúde para que todos intervenham na colheita de sangue e na oferta de órgãos em vida ou depois da morte”.
Portugal é o primeiro país do Mundo no transplante hepático e o segundo no transplante renal, “uma marca de orgulho do nosso Serviço Nacional de Saúde”, disse Ana Jorge.
A ministra citou um discurso de Bento XVI, em 2008, no qual o Papa afirmava que “os transplantes dos órgãos e tecidos representam uma magnífica vitória da ciência médica e são um sinal de esperança para muitos doentes que estão a sofrer”.
“É a esperança dos doentes numa melhor qualidade de vida que nos motiva a continuar a trabalhar para alcançar ainda melhores resultados”, apontou Ana Jorge.
Para D. Carlos Azevedo “importa, de facto, incentivar este serviço social que é a doação em diferentes vertentes”.
“A ciência com ética multiplica sinais fantásticos de verdadeira fraternidade, mas pouco adiantará se não tivermos um coração novo, fraterno, solidário e doador”, concluiu o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.