Padre Octávio Sobrinho Alves, Diocese de Bragança-Miranda
Terminado o dia dos dias na Praça de S. Pedro, em que o céu e a terra se cruzaram em dor e alegria, ainda não nos habituámos a viver sem Francisco e, quais discípulos de Emaús, todos nos interrogamos em espanto e dúvida: “é já o terceiro dia e ainda não vemos nada…”
É a angústia dos desanimados, dos que não sabem ver para além das nuvens, dos que não têm paciência de esperar, dos que pensam que somos nós a interpretar o silêncio de Deus, dos que julgam que somos nós quem tem a última palavra.
Pensar assim é duvidar do pontificado de Francisco, é não acreditar no seu túmulo apenas com uma inerte e fria e uma rosa branca carregada de ternura e amor.
A vida e a morte de Francisco vão mais longe e dizem-nos que é Deus quem guia a história e faz as coisas acontecer.
O desencanto dos apóstolos após a crucifixão é o mesmo de tantos e tantos que se interrogam: E agora, o que vai acontecer?
Nada de especial… o mesmo de sempre: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. É neste clima de esperança que devemos situar-nos e rezarmos para que seja feita a vontade de Deus.
“Não fostes vós que me escolhestes”, diz o Senhor.
Desde que venha em nome do Senhor é o que importa. Não interessa o nome, a idade, o lugar donde vem, se é do norte ou do sul, se do oriente ou do ocidente. Interessa sim que venha em nome do Senhor.
É o Senhor que constrói e desconstrói.
Confiar demasiado e apenas nas “habilidades humanas” é crime de fé.
Não seria bom que os “eminentíssimos” cardeais se deixassem enveredar por esses caminhos.
Pe. Octávio Sobrinho Alves