O n.º 19 da Revista Monumentos, da Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), trouxe como tema de fundo a Sé do Funchal e relançou a polémica sobre a Catedral madeirense. D. Teodoro Faria foi lesto em alertar contra a transformação da Sé em espaço dedicado ao turismo e aos concertos, afirmando que a Catedral é “um espaço de culto” e não pode ser visto apenas como um espaço turístico-cultural. O prelado salientou que nunca se opôs à realização de eventos culturais na principal igreja da Madeira, mas deixou forte recado aos «insensíveis» que a entendem apenas como um «monumento de vida cultural», esquecendo a sua «dimensão» religiosa. O Bispo do Funchal afirmou ainda que não gostaria de ver a Sé transformada num espaço para visitas guiadas e para negócios de venda de lembranças e reforçou a sua argumentação citando o caso da perda gradual de «alma» de outras catedrais, actualmente transformadas em locais de visita para um «turismo comum, e por vezes vulgar». 
A polémica sobre a utilização da Sé para eventos culturais aparece depois de uma outra, surgida em 2001, que tem levado o Bispo do Funchal a manifestar-se sobre a degradação do edifício, localizado no coração da cidade. Nessa altura um estudo da mesma DGEMN detectou “vários problemas na estrutura, deslizamento nas fundações do edifício e arrastamento das terras subterrâneas”, além das hoje visíveis infiltrações de água na torre, consequência da perda das gárgulas, e no tecto do altar-mor, que recentemente foi restaurado. Outro estudo, da Universidade de Aveiro, revelou há dois anos “a contínua degradação da pedra do edifício da Sé” que originou promessas políticas de uma intervenção de restauro. Já este ano, durante as celebrações da Páscoa, D. Teodoro de Faria se mostrara preocupado com o mau estado do monumento, atribuindo-o em boa parte à “incúria e descuido dos homens”. O Bispo do Funchal não deixou de salientar que o tráfego automóvel em redor da Sé, ainda que atenuado, continua a perturbar a solidez dos seus fundamentos.