Um percurso no Cinema

Em plena época da informática e das bases de dados, ainda há quem ignore as referências recebidas do passado, passando filmes já vistos e atribuindo-lhes um novo título. São múltiplas as vias de entrada no mercado, mas o que parece lógico e evita induzir em erro os espectadores, é que o primeiro título adoptado em Portugal seja mantido no seu percurso, qualquer que seja o suporte, sala de Cinema, vídeo/DVD, televisão aberta ou por cabo. Embora não totalmente eliminada, a confusão diminuiu nos últimos anos graças à base de dados da Cinedoc em que se encontram registados todos os títulos de longas metragens de cinema, qualquer que seja a via de entrada no mercado. A referida base, que dispõe da ficha técnica de mais de 90 000 filmes produzidos em todo o mundo, conseguiu a inclusão dos títulos portugueses graças a um esforço de anos, com o recurso às mais diversas fontes. Para os filmes estreados a partir de 1918 – ano em que as longas metragens começaram a ter expressão – foi fundamental a obra da autoria de Luís de Pina “Estreias em Portugal 1918-1957”. Sendo uma listagem de fichas técnicas dos filmes estreados é elemento essencial para o conhecimento do muito que estreou em Portugal, em sala, até ao nascimento da televisão e, mais tarde, do vídeo. O “BC-Boletim Cinematográfico”, fundado por Monsenhor Lopes da Cruz, documentou os filmes estreados de 1951 a 1998, ano em que o testemunho foi passado à equipa da Cinedoc, que iniciou a publicação do Cinedocfilme, hoje divulgado através do site www.cinedoc.pt. Qualquer destas publicações incluía (o “BC”) e inclui (o “Cinedocfilme”) a análise breve mas objectiva de cada filme estreado. Mais difícil foi a criação do registo dos títulos em vídeo e DVD, em televisão aberta e por cabo e, mais recentemente, as edições em UMD, mas de todas elas se criaram registos permitindo uma fonte essencial à uniformidade de títulos em Portugal. Francisco Perestrello

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