Paciência e tenacidade devem marcar a intervenção católica, com marca «profética» e não só assistencial O fundamental da acção pastoral da Igreja “não é assistencial, nem política, nem paternal”, mas “algo mais radical” – afirmou esta manhã (10 de Setembro) Jorge Cunha, professor da Universidade Católica Portuguesa – Porto (UCP-Porto) no I Congresso de Pastoral Social. Com raízes profundas, a acção social da Igreja passa pela “promoção do humano”. No segundo dia de trabalhos desta iniciativa promovida pela Comissão Episcopal da Pastoral Social, o professor da UCP fez uma conferência sobre “Critérios para uma intervenção social da Igreja”. A sociedade actual têm uma “ânsia enorme” no fazer. No entanto, os agentes da pastoral social devem colocar-se “na perspectiva da escuta. É fundamental parar para pensar” – sublinhou. Aos congressistas desta iniciativa sobre “Intervir na Sociedade, Hoje! Memória e projecto”, Jorge Cunha apelou à paciência e tenacidade. A acção social da Igreja deve estar orientada para “o humanismo do outro”. E exemplifica: “vejamos o caso do Pe. Américo”. Neste encontro, a decorrer em Fátima, de 9 a 11 deste mês, o professor da UCP apelou a “um novo estilo de acção social”. Esta deve ser “profética” e “não apenas assistencial”. Ainda no domínio dos estilos, Jorge Cunha realça que “a cultura aproxima e não separa”. O ser humano não necessita “apenas de bens de consumo, mas também objectos estéticos”. Quando se criam instituições de acção social “não estamos apenas a socorrer uma necessidade imediata”, mas a criar algo que simboliza “aquilo que deve ser a sociedade de todos” – frisou este professor do Porto. Falando nos critérios mais imediatos da Acção Social da Igreja, Jorge Cunha coloca em primeiro lugar “a opção preferencial pelos pobres”. Este critério “é evangélico, actual e urgente”. Se a acção social fosse pensada segundo o critério anunciado, “estaríamos num lugar bastante diferente” do actual.