Afonso Borga, Diocese de Santarém
Aproximam-se as Jornadas Mundiais da Juventude, o encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa, que é, simultaneamente, uma peregrinação e uma festa da juventude, mostrando assim uma face da Igreja rejuvenescida, que se encontra e une em torno de uma só missão.
As Jornadas são, para além de um momento de forte ligação espiritual, um desafio e um convite que é feito a uma geração a construir um mundo mais justo e solidário. Um movimento único, que leva milhares de jovens e juntarem-se durante uma semana e a partilharem a mesma fé. Uma semana que nos relembra o poder da união, da partilha, das relações humanas, do movimento.
Falamos muitas vezes da palavra “movimento”, maioritariamente para definirmos “organizações de pessoas”, como por exemplo “Movimento Juvenil”, ou “Movimento de Estudantes” mas importa olhar com atenção para a palavra, em todo relacionada com o tema das Jornadas de 2023: “Maria levantou-se e partiu apressadamente”. Esta ideia de movimento, de irmos ao encontro de algo, de sairmos da nossa “bolha” e da rotina que vivemos diariamente, alimenta o desafio de sermos cada vez mais agentes ativos no seio da Igreja. O desafio de procurarmos o “outro”, de irmos “às periferias”, como também várias vezes referiu o Papa Francisco.
É essa Igreja em movimento que as Jornadas tão bem representam e evocam, ao nos desafiarem a construírmos pontes e diálogos entre pessoas dos quatro cantos do mundo, ao promoverem a união em torno de uma fé comum num único lugar. A semana que se vive nas Jornadas é, na verdade, uma inspiração e um “exercício” de como devemos desenvolver a solidariedade e humanidade entre todos os povos. A expressão máxima de como devemos ultrapassar as nossas diferenças, sairmos dos nossos lugares de conforto e juntarmos vontades e motivações em prol de algo maior, com alegria, energia e fé!
Em tempos “cinzentos” como os que vivemos, onde tantas vezes escasseiam exemplos de grande dimensão de solidariedade, partilha e união, as Jornadas cumprem esse propósito, ao nos mostrarem que sim, é possível ambicionarmos um mundo mais unido e solidário, que se une em torno de um movimento global que expressa amor e partilha. Em agosto teremos o exemplo vivo desse movimento a acontecer aqui em Portugal, mesmo diante dos “nossos olhos”.
Afonso Borga