Um mês com as missões no coração

O mês de Outubro é dedicado na Igreja Católica às Missões que, um pouco por todo o mundo, procuram levar ainda mais longe o anúncio do Evangelho nos nossos dias. Na mensagem que escreve para o Dia Mundial das Missões, marcado este ano para o dia 18 de Outubro, sob o lema «As nações caminharão à sua luz», Bento XVI recorda a missão primeira da Igreja que é a de “iluminar todos os povos no seu caminhar na história rumo a Deus, para que encontrem n’Ele a sua plena realização.”.

Nesse sentido, “a Igreja não age para ampliar o seu poder ou reforçar o seu domínio, mas para levar a todos Cristo, salvação do mundo”. O Papa especifica que a missão da Igreja não se limita a atender às “necessidades materiais ou mesmo espirituais confinadas à existência temporal”.

Em especial com as “vastas e profundas mudanças da sociedade actual”, torna-se ainda mais “urgente” renovar “o compromisso de anunciar o Evangelho, fermento de liberdade e progresso, de fraternidade, união e paz”.

Na mensagem, Bento XVI não esquece os que “fizeram das suas vidas uma exclusiva consagração ao trabalho de evangelização”. Bento XVI lembra as Igrejas locais, os missionários e missionárias que testemunham e evangelizaram em situações de “perseguição, com formas de opressão que vão desde a discriminação social até à prisão, à tortura e à morte”.

“O testemunho conta sempre mais, porque é a vida exposta, sem outros argumentos. E a experiência da testemunha é sempre mais forte e mais radical do que as provas que eventualmente queira dar”, diz D. António Couto, por seu lado, numa mensagem para o mesmo Dia.

P. Alberto de Oliveira Silva, Presidente dos IMAG, sublinha que a missão é “consequência de uma descoberta e de uma surpresa de Deus na própria vida. A história de cada missionário é, de algum modo, a história de um testemunho, de um encontro vivido”.

Este mês missionário é dinamizado, no nosso país, “através de reflexões, momentos de oração e celebrações de modo a torná-lo um mês especialmente dedicado à Missão”. Procura-se também sensibilizar as comunidades eclesiais, no sentido de despertarem vocações consagradas e laicais para o serviço missionário universal, bem como promover a cooperação entre as Igrejas, através de propostas de estilos de vida simples, seguindo critérios de sobriedade alegre e fraterna partilha de bens.

No final de Setembro, foi anunciado que a Igreja Católica em Portugal vai criar um “Observatório da Missão”, com o objectivo de acompanhar e observar a “actividade missionária”, realizada tanto por institutos religiosos como pelas dioceses, grupos ou associações. O observatório é uma instância autónoma, ligada à conferência Episcopal Portuguesa, através da Comissão Episcopal das Missões, às Obras Missionárias Pontifícias, aos Institutos missionários ad gentes (IMAG) e à Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP).

A intenção é apresentar “instância eclesial representativa do mundo missionário perante a opinião pública, que promova o diálogo com a sociedade e a leitura profética dos acontecimentos e problemáticas que tenham a ver com a missão e actividade dos missionários portugueses, tanto em Portugal como noutros países”. Esta estrutura pretende também acompanhar e promover “a recolha de dados sobre as problemáticas sociais religiosas e políticas que se relacionem com a missão cristã hoje”.

Este Observatório disporá de uma secção autónoma no site da Agência ECCLESIA, como plataforma de comunicação com os media e o público em geral, com vistas à divulgação de documentos, informação e tomadas de posição.

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