Um Forum sobre a Cultura de Hospitalidade

Com o título provocador de: Hospitalidade a Contracultura, organizado pela Comissão Irmãos de S. João de Deus 400 Anos em Portugal, realizou-se um fórum com a participação de oradores de vários quadrantes e a presença de duas centenas de participantes, incluindo largas dezenas vindos de Espanha. O seu objectivo era propor a autêntica cultura de hospitalidade como contraponto e alternativa aos individualismos egocêntricos e conformistas da sociedade actual. Os temas foram apresentados, em estilos diversos, alguns de forma provocadora e irónica. Em comunicado enviado, a organização refere que “a cultura de hospitalidade tem de basear-se em pilares de racionalidade, ciência, competência, mas que só isso não basta sem a competência do coração e a sua incarnação em pessoas unificadas e harmonizadas pela verdade e o bem, pessoas boas que fazem o bem e bem feito” mencionando o exemplo do “próprio Jesus Cristo, e daqueles que ele transforma com a sua própria hospitalidade misericordiosa, como foi S. João de Deus, o Hospitaleiro universal, S. Francisco de Assis, Madre Teresa e tantos outros”. No fórum defendeu-se, ainda a necessidade de haver leis de mercado pelas vantagens em dispor de bens e reduzir a pobreza, mas “sem dispensar os Estados das suas obrigações de nesta função, promoverem a solidariedade e a justiça para com os pobres. “Os pobres devem ser ajudados com meios e educação para serem capazes de defender os seus direitos de cidadãos” refere o comunicado. A globalização aproxima os povos com o mercado, o abaixamento das fronteiras mas o mundo continua a ser um grande arquipélago em que há demasiada exclusão recíproca e exploração das ilhas pobres pelas mais prósperas. “Um terço da humanidade é mais alvo de exclusão e exploração que alvo de hospitalidade” refere a organização. Foram acentuadas no Fórum as faltas de acesso à justiça: crianças, jovens e mulheres enquanto vítimas de agressores domésticos por agressores alterados pelo consumo de álcool. “E quase nada se investe para reduzir esses consumos e os seus danos ao contrário das somas astronómicas com a droga, só por nestas se estar perante crimes ruidosos e naquelas agressões de crimes mais silenciosos. Embora lhes seja reconhecido o direito à justiça pelo artigo 20 da Constituição não são defendidas de facto, nem com justiça pronta, nem com leis facilitadoras de adopção pronta”, segundo o comunicado. Também há falta de acesso à justiça para idosos com meios reduzidos de sobrevivência e entregues às suas limitações: e para os sem abrigo. Os toxicodependentes que são entregues a programas de redução de danos da droga que só os prejudicam por terem apenas o objectivo de reduzir as sequelas de crimes muito ruidosos e não de os tratar. “A hospitalidade na família”, afirmou-se, “assenta no amor, na gratuitidade e na incondicionalidade” finalizam. Notícias relacionadas • Conclusões desafiantes

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