Último dia para as inscrições do Encontro Ibérico de Taizé

O que tem Taizé para atrair tantos jovens? “Acho que os irmãos e os peregrinos ainda não sabem bem… Penso que se trata de um movimento de procura. Há um desejo de estar com Deus através da partilha com os outros, do silêncio e da oração”, explica Mafalda Baptista, da Pastoral Universitária da diocese do Porto.

“As pessoas encontram sempre alguma coisa nova, encontram sempre resposta às questões mais prementes da sua vida, encontram sempre um momento em que podem ser elas próprios, em que podem estar bem consigo e com os seus amigos. E também se encontram de uma forma muito privilegiada com Deus”.

“Tenho a certeza que durante estes quatro dias ocorrerão mudanças de vida, porque elas são uma constante na espiritualidade de Taizé”, garante a jovem que faz parte da equipa organizadora do Encontro Ibérico.

À espera de três mil jovens

O prazo para as inscrições, que terminava nesta Sexta-feira, foi alargado até 30 de Janeiro. Até agora registaram-se 1700 jovens, provenientes de todas as regiões do continente e da Madeira. Neste número incluem-se 18 nacionalidades, maioritariamente da Europa, mas também da América do Sul. No total são esperados cerca de 3 mil participantes.

Uma das preocupações da organização é investir na difusão da iniciativa a nível local. “Neste momento estamos a divulgar o encontro sobretudo na zona do Porto, já que até agora só surgiram 200 inscrições provenientes dessa região. Temos receio de que as pessoas achem que, por já estarem aqui, podem aparecer nas iniciativas programadas sem se inscreverem”, diz Mafalda Baptista.

O encontro está marcado para os dias 13 a 16 de Fevereiro mas a preparação já começou. O Ícone da Amizade, emblemático em Taizé, está a peregrinar pelas paróquias que vão acolher os participantes.

Além da dimensão orante, a iniciativa permite aproximar os jovens das comunidades, especialmente nas datas em que a imagem é entregue e recebida.

Acolhimento generoso

Para Mafalda Baptista, “esta será uma ocasião propícia para as pessoas sentirem como é bom o acolhimento em casas de pessoas que não conhecem, e como é bom experimentarem a partilha e a convivência cristã com todos os participantes”.

As famílias da diocese têm aberto as portas aos jovens que vão participar no encontro, disponibilizando até agora 1600 lugares.

“Estamos a dar resposta a todos os pedidos de acolhimento. Achamos que, se for preciso, as famílias conseguirão fazer um esforço suplementar para receber mais pessoas”, afirmou aquela responsável à Agência ECCLESIA.

O acolhimento não se destina apenas aos jovens oriundos de outras regiões do país ou do estrangeiro. “Estamos a pedir aos participantes provenientes das zonas mais afastadas da cidade do Porto, como Paços de Ferreira e Baião, para ficarem alojados mais perto. Há iniciativas programadas para a parte da manhã, nas paróquias, que as pessoas vão perder se tiverem que fazer as viagens de suas casas, impedindo que vivam o encontro plenamente”, sublinha Mafalda Baptista.

A recepção aos participantes que precisam de alojamento envolve perto de 40 paróquias e alguns colégios.

Lotação limitada nas orações da noite

Nos encontros europeus de Taizé, que são programados para 30 ou 40 mil pessoas, há uma tolerância que permite receber centenas ou até milhares de jovens para além daqueles que registaram previamente a sua presença. Mas no Porto não será assim.

“Há muita gente que pensa que pode fazer o mesmo que faria num encontro europeu de fim de ano”, constata Mafalda Baptista. “Mas o encontro do Porto, por ser regional, é mais limitado no que diz respeito à capacidade de acolhimento”, adverte.

Por isso a organização “não sabe se pode acolher todas as pessoas que, não estando inscritas, queiram ir às orações da noite no pavilhão Dragão Caixa, dado que a sua lotação é de três mil lugares”.

A responsável lembra que estão programadas orações na tarde do dia 15 de Fevereiro, em quatro igrejas do centro do Porto. E nas tardes de Domingo e Segunda-feira, das 16h00 às 18h00, haverá «workshops» dispersos pela cidade. Estas iniciativas, gratuitas, estão abertas a todos e não precisam de inscrição.

E depois do adeus?

Mafalda Baptista acredita que a iniciativa vai ter consequências positivas na diocese: “Penso que as orações de Taizé, que se têm organizado de forma regular em muitas paróquias, vão continuar”. Essas actividades vão ganhar mais consistência porque as pessoas vão vivê-las com outra intensidade durante o encontro ibérico”.

As Pastorais da Juventude e Universitária têm organizado quase todos os anos peregrinações a Taizé. “Sentimos que há um crescimento da procura. Da próxima vez que propusermos esta iniciativa, estou convencida de que seremos igualmente bem sucedidos.”

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Agência ECCLESIA

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