Henrique Matos, enviado especial da Agência ECCLESIA ao Uganda
Kalongo, Uganda, 20 nov 2022 (Ecclesia) – O postulador da causa de canonização de Giuseppe Ambrosoli considera que a vida do missionário comboniano revela “a experiência e Cristo que passa através da cura dos corpos e que depois toca a alma”.
Em declarações à Agência ECCLESIA em Kalongo, no norte do Uganda, Arnaldo Baritussio, considera Ambrosoli um homem que inaugura “uma nova metodologia missionária em que primeiro vem a vida e a relação, que depois leva a Cristo”
“Ambrosoli é um místico com uma base de laicidade que é própria do Vaticano II”, refere Arnaldo Baritussio, destacando a proximidade deste missionário a uma circunstância de vida bem real como é a fragilidade e a doença e aí ser “testemunha de uma realidade maior.
Neste domingo, dia 20 de novembro, Kalongo, no norte do Uganda encheu-se de peregrinos que quiseram participar na beatificação do padre e médico Giuseppe Ambrosoli que viveu nessa região durante 31 anos, numa dedicação integral aos doentes.
A celebração de beatificação foi marcada pelo ritmo das danças Acholis, o povo do norte do Uganda que Ambrosoli assistiu e que, nesta ocasião, esteve presente com os seus trajes tradicionais.
O núncio apostólico no Uganda, D. Luigi Bianco, presidiu à beatificação em representação do Papa Francisco, afirmando que Ambrosoli “curou as feridas do corpo e da alma” e, na sua entrega, “acolheu a todos” e foi um exemplo de diálogo com as diferentes sensibilidades religiosas e das culturas locais.
Yoweri Museveni, presidente do Uganda esteve presente na beatificação que considerou ser uma ocasião de festa para todo o Uganda pela “dimensão generosa e exemplar” da vida do beato Ambrosoli.
Natural de Itália onde nasceu em 1923, Giuseppe Ambrosoli formou-se em medicina e cirurgia, tendo-se especializado em doenças tropicais em Londres, antes de decidir ser missionário comboniano, onde foi ordenado padre a 17 de dezembro de 1955.
Em fevereiro de 1956, o padre Giuseppe Ambrosoli partiu para África, enviado para Kalongo, uma vila perdida na savana, no norte de Uganda, para administrar um pequeno dispensário médico, que transformou num hospital e onde permaneceu até à sua morte, em 1987, depois do esforço de ter de evacuar o seu hospital em virtude da guerra se atingia aquela região do norte do Uganda.
HM/PR