«Nós tapamos a ferida, Deus cura-a» é o lema do Hospital Saint Kizito Matany
Lisboa, 28 fev 2023 (Ecclesia) – O trabalho dos Missionários Combonianos no Uganda procura responder à falta de cuidados de saúde para a população local, particularmente vulnerável.
“O nosso testemunho de Combonianos é, unicamente, a presença do Senhor. Posso dizê-lo depois de 40 anos de vida pessoal onde, no início, pensávamos mudar o mundo e fazer tantas coisas. É a energia que também faz parte da evangelização. Com o passar dos anos, refletimos e se há coisa que perdura é a presença do Senhor”, disse à Agência ECCLESIA o irmão Carlo Torri, missionário e radiologista.
Em Gulu, norte do Uganda, encontra-se o ‘St. Mary’s Hospital’, fundado em 1959 pelo bispo local, um missionário Comboniano.
64 anos depois, os religiosos continuam a fazer deste lugar um campo de missão, com a ajuda de pessoas como Piero Corti e Lucille Teasdale, um jovem pediatra italiano e uma cirurgiã canadiana que ali se conheceram e casaram, deixando como legado uma Fundação que é canal de auxílio financeiro e solidário.
No Uganda, os Combonianos são ajudados por jovens médicos que completam a sua formação e apuram competências.
Alexandra Briacca, finalista de Medicina, fala desta experiência como a realização de um “sonho”; já Giuseppe Logrieco, interno da especialidade de Pediatria, defende que esta é “uma experiência que todos os médicos deviam fazer”.
“Podemos ajudar muito e ser fator de mudança, não apenas pelo retorno emocional do que fazemos, mas também para gerirmos com menos recursos, mas com mais audácia e vontade”, acrescenta.
300 km para a leste, está o do Hospital Saint Kizito Matany, na Diocese de Moroto, também gerido por um missionário comboniano.
“Este é o portão de entrada onde temos o nosso lema: ‘Nós tapamos a ferida, Deus cura-a’. Foi também uma ideia da irmã Rosário, portuguesa, que pensou em colocar ali o nosso lema. Ele traduz bem o espírito e as pessoas identificam-se”, explica o irmão Guenther Naehrich, que é também enfermeiro e está no Uganda desde 1994.
Construído nos anos 70 do século XX, este hospital tem hoje 250 camas, 88 em Pediatria, servindo uma população de 107 mil pessoas.
Martina Cecchetti está a concluir a especialidade de Pediatria neste hospital.
“Não é a minha primeira experiência com a cooperação internacional: já estive na Índia, na Bolívia, acredito muito na solidariedade, nos serviços saúde, e por isso decidi vir cá e dar o meu contributo no Uganda. Por outro lado, estou aqui durante seis meses, no âmbito da minha formação em Pediatria e também no projeto de investigação que estou a fazer na unidade de subnutrição”, relata.
A reportagem da ECCLESIA no país africano esteve em destaque na mais recente emissão do Programa 70×7 (RTP2).
HM/OC
Combonianos: Missionários portugueses servem população e Igreja no Uganda