Jornalista José Pedro Frazão lamenta falta de solidariedade na forma como a Europa olha para África e para os migrantes
Lisboa, 07 jan 2021 (Ecclesia) – O jornalista José Pedro Frazão, da Rádio Renascença, disse à Agência ECCLESIA que a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), que começou neste mês de janeiro, tem como desafios as migrações e desigualdades sociais.
“Este é um processo que tem marcado passo e gerado grandes divisões na Europa, talvez por isso não está na primeira linha dos grandes objetivos desta presidência”, assinala o entrevistado na emissão de hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).
José Pedro Frazão fala ainda do impacto da pandemia, com a urgência da recuperação económica e de um plano de vacinação.
“Vai ser muito importante tentar perceber se a Europa vai conseguir vacinar de forma substancial os europeus, durante o primeiro semestre”, refere o jornalista da Renascença.
“Há processos que aguardam ratificação e burocracias a ultrapassar que são essenciais para que o dinheiro chegue aos Estados membros para que a tal bazuca se torne realidade”, acrescenta.
Comentando o ‘Brexit’, José Pedro Frazão reconhece o desafio de Portugal assumir uma Europa com menos um país, mas entende que a saída do Reino Unido pode até facilitar alguns processos.
“O exemplo da aposta verde, um esforço ecológico que se vai começar a concretizar em 2021 e que pode ficar mais facilitado” indica o entrevistado que, no entanto. identifica outras vertentes mais complexas como a aposta no digital.
“A Comissão Europeia vai dar tópicos quanto aos impostos a cobrar aos gigantes tecnológicos e este parece ser um tema difícil de gerar consensos”, precisa.
O jornalista da Renascença lamenta também que as relações com África permaneçam afastadas das ações imediatas da UE.
“Não podemos esquecer que este é um tema ligado às migrações, mas também à recuperação económica”, aponta.
Esta é a quarta vez que Portugal assume a presidência rotativa da União Europeia, durante seis meses, desta feita com o tema ‘Tempo de agir: por uma recuperação justa, verde e digital’.
HM/OC