Resolução que será votada esta quinta-feira recorda «crimes contra a humanidade» e perseguições contra minorias religiosas
Lisboa, 02 fev 2016 (Ecclesia) – O Parlamento Europeu vai votar esta quinta-feira, em Bruxelas, uma resolução para a classificação do Estado Islâmico como “ameaça global e sem precedentes para a paz e a segurança internacionais”.
Segundo a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, o Parlamento Europeu quer “com esta resolução, classificar os atos cometidos pelos jihadistas como crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio”, que “devem ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional”.
Pretende ainda incentivar todos os “Estados-membros a trabalharem ativamente na luta contra a radicalização dos seus próprios cidadãos, melhorando os sistemas jurídicos de cada país” de modo a evitar “que os europeus se juntem ao auto proclamado Estado Islâmico e que, caso o façam, possam ser processados criminalmente”.
A resolução que vai ser apresentada no dia 4 de fevereiro resulta de “um vasto número de anteriores debates”, promovidos ao nível do Parlamento Europeu, que realçam “a ideologia violenta” do Estado Islâmico, expressa em “ataques generalizados contra civis” e na violação do “direito humanitário internacional”.
Na génese do documento está a onda de violência e morte que os membros do grupo terrorista têm espalhado por vários países, como a Síria e o Iraque, “contra cristãos e outras minorias étnicas e religiosas, como os yazidis, os turcomanos e comunidades xiitas”.
Comunidade, famílias que diariamente são “vítimas de matanças, conversões forçadas, sequestros, escravidão de mulheres e crianças, recrutamento de crianças para atentados suicidas, abuso e tortura sexual e física”, pode ler-se.
O Parlamento Europeu quer afirmar a sua “preocupação” pelos milhões de homens, mulheres e crianças que têm hoje que viver como refugiadas para salvar a sua vida.
Neste âmbito, recorda a responsabilidade da “comunidade internacional” em “garantir” a estas pessoas o “regresso” em segurança a “suas casas” – salvaguardando “a devolução dos seus bens pessoais” – e aos seus locais “religiosos e culturais, para que possam levar uma vida digna e com futuro”.
O Parlamento Europeu quer também avivar a memória do mundo para a situação de muitas pessoas que “ainda estão retidas em áreas controladas pelo Estado Islâmico”.
Esta quinta-feira, o organismo pretende ainda classificar as organizações Al-Qaeda e al-Nusra como “grupos terroristas” cujos atos “não podem permanecer impunes”.
AIS/JCP