UE condena perseguições contra cristãos

Resolução adoptada pelo Parlamento Europeu exige respeito pela liberdade religiosa, em particular no Médio Oriente

Estrasbrugo, França, 20 Jan (Ecclesia) – O Parlamento Europeu adoptou hoje, 20 de Janeiro, uma resolução que condena os recentes ataques contra cristãos no Egipto, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Chipre, Irão e Iraque.

Os deputados pedem ainda que o próximo conselho dos negócios estrangeiros, marcado para 31 de Janeiro, discuta “a perseguição aos cristãos e o respeito pela liberdade religiosa” no mundo.

A resolução, que se centra na situação do Médio Oriente, denuncia a “instrumentalização da religião em vários conflitos políticos” e apela a uma estratégia que vise reforçar o direito humano à liberdade religiosa, incluindo uma lista de medidas contra Estados que não a respeitem.

Os recentes ataques contra cristãos no Médio Oriente, em particular no Iraque e no Egipto, estiveram em debate no hemiciclo de Estrasburgo (França), durante a primeira sessão plenária de 2011.

Deputados de todos os grupos políticos uniram-se para condenar a violência contra cristãos e qualquer “violência exercida com base na religião”.

 

Na Quarta-feira, dia 19, Catherine Ashton, alta representante da União Europeia para a política externa, abriu o debate afirmando que “a União Europeia não vai fechar os olhos” à perseguição de cristãos em todo o mundo.

Ashton condenou os recentes ataques terroristas no Iraque e no Egipto, e o assassinato de Salman Taseer, governador do Punjab, Paquistão, no dia 4 de Janeiro.

O eurodeputado italiano Fiorello Provera (Europa da Liberdade e da Democracia) falou numa “discriminação sistemática de cristãos em todo o Médio Oriente”.

De acordo com Provera, as políticas iraquianas nesta matéria e a violência associada às mesmas já foram responsáveis pela saída de 600 mil cristãos do país, nos últimos anos.

A resolução lembra, entre outros casos, a interrupção, pela força, da Missa de Natal celebrada pelos 300 cristãos que permanecem na parte norte do Chipre, por parte das autoridades turcas.

No dia 1 de Janeiro de 2011, um atentado com um carro armadilhado, frente a uma igreja em Alexandria, segunda cidade mais populosa do Egipto, provocou 23 mortos e dezenas de feridos.

A 31 de Outubro de 2010, um ataque contra a catedral siro-católica de «Nossa Senhora do Perpétuo Socorro», em Bagdad, capital do Iraque, matou dois sacerdotes e mais de cinquenta fiéis, quando estes se encontravam reunidos para a celebração da Missa.

A violência que atingiu a Nigéria no último Natal, fruto de confrontos entre cristãos e muçulmanos, provocou mais de 85 mortes.

Também no Natal de 2010, pelo menos 10 pessoas ficaram feridas após a explosão de uma bomba na igreja de uma base da polícia, na ilha de Jolo, no sul das Filipinas.

A 10 de Janeiro, no seu encontro anual com os membros do corpo diplomático, no Vaticano, Bento XVI apelou à defesa concreta da liberdade religiosa em todo o mundo, condenando as “numerosas situações” nas quais esse direito “ é lesado ou negado”.

OC

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Agência ECCLESIA

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