Ucrânia: Uma caminhada «inolvidável» pela paz em Fátima

A guerra “é sempre uma indignidade humana”, disse o padre Almiro Mendes

Foto: Agência ECCLESIA/PR

Fátima, 15 Abr 2022 (Ecclesia) – O padre Almiro Mendes considera que a caminhada pela paz que se realizou, esta sexta-feira, em Fátima, foi “inolvidável” para todos, do norte ao sul do país e também estrangeiros.

“Todos se abraçaram nesta causa que é a mais nobre de todas, a paz, a paz no mundo e particularmente na Ucrânia”, disse à Agência ECCLESIA este sacerdote da Diocese do Porto.

A iniciativa de leigos coordenados e animados pelo padre Almiro Mendes, da Diocese do Porto, foi “uma experiência indizível” porque a paz faz-se “com gestos simples”, frisou.

“A guerra é sempre uma indignidade humana, a guerra tira e rouba a dignidade”, completou.

A caminhada proposta foi “um desafio a todas as pessoas de boa vontade, crentes e não crentes, jovens e adultos, de todo o país, a fazerem uma caminhada pela paz no mundo, particularmente na Ucrânia”, refere um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A Caminhada pela Paz, de sete quilómetros, começou às 09h30 no Santuário de Nossa Senhora da Urtiga, situado nas imediações da igreja matriz de Fátima, passando pelos Valinhos, até ao Santuário de Fátima, onde terminou às 13h00.

Ao longo do itinerário foram feitas curtas pausas, pontuadas por cânticos e pela leitura performativa de textos poéticos.

Jorge Gabriel, apresentador de televisão, desafiou à participação nesta Caminhada pela Paz e afirmou que é necessário fazer mais do que “olhar condescendentes para as imagens” da guerra.

“Quando o poder do amor for maior do que o amor pelo poder podemos dizer que o mundo está em paz. Vamos fazer essa marcha silenciosa, calma”, afirmou.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre Almiro Mendes afirmou que “a paz é sempre um caminho” e desafiou “os poderosos” a “dar passos para encontrar uma soluções para a paz” e todos os cidadãos a rejeitar a indiferença diante dos conflitos.

“É preciso fazer notar outra guerra, que é a indiferença: as pessoas comiseram-se pelo que está a acontecer na Ucrânia – as ultimas imagens de inocentes vítimas são brutais – mas se ficarmos parados, indiferentes, é pior que uma pandemia”, indica.

A Caminhada pela Paz apresenta-se como “transversal” a toda a sociedade, querendo unir pessoas crentes e não-crentes, crianças, jovens e adultos, cidadãos da Ucrânia e portugueses, provenientes de diversas áreas, “da cultura, à televisão, pessoas que não sabem ler ou escrever, a todos de boa vontade” que se queiram juntar e, mesmo que se forma simbólica, juntar os seus passos ao caminho pela paz.

“Deixar as coisas como estão e como sempre foram, é um exercício de estabilidade que empobrece o ser humano, e uma caminhada é não querer deixar as coisas como estão, é não querer ser estéril, é ousar gritar sem dizer muitas palavras; pormo-nos a caminho de um santuário ao outro, mas especialmente na consciência de pertença a uma terra que é de todos, a um planeta que temos de preservar. A guerra não é apenas contra os humanos, mas também contra o planeta. A guerra fere a ontologia do humano e do cosmos”, destaca o padre Almiro Mendes.

PR/LFS

Caminhada pela paz

 

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Agência ECCLESIA

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