Ucrânia: «Recebi uma força de fé impressionante» – D. Américo Aguiar

Presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 destaca importância de respeitar sofrimento de quem é vítima da guerra

Foto: JMJ Lisboa 2023

Lisboa, 19 jul 2023 (Ecclesia) – O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 disse hoje que a sua visita à Ucrânia, nos últimos dias, o marcou de forma especial, sublinhando a necessidade de respeitar o sofrimento de quem é vítima da guerra.

“Recebi uma força de fé impressionante, nos seus corações feridos, na dor da perda dos seus familiares, dos seus bens, dos seus sonhos”, refere D. Américo Aguiar, em declarações à Agência ECCLESIA.

O responsável visitou, entre outras, as cidades ucranianas de Bucha e Irpin, onde pôde ver destroços de guerra e o impacto da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022.

Durante a viagem, o bispo auxiliar de Lisboa recebeu projéteis usados na linha da frente da guerra, colocando sobre eles o terço da JMJ.

“A nossa arma é a oração. Porque quem pode vencer, verdadeiramente, a guerra é o amor. Independentemente dos acordos, da diplomacia, o amor vence tudo e vence a guerra”, sustenta.

O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 admite, ainda, que esta visita o fez mudar de perspetiva sobre a situação no terreno.

“Tínhamos o sonho de juntar jovens ucranianos e russos, em Lisboa, na Jornada, mas pediram-nos que entendêssemos que não é o tempo: os corações ainda estão a sangrar, as feridas estão abertas”, afirma.

Os ucranianos, acrescenta, pedem que se respeite o seu tempo.

“Deus providenciará o tempo certo”, sustenta.

Nos vários momentos mais importantes da Jornada, vamos sinalizar os conflitos mundiais, com a presença de jovens que os estão a viver, de maneira a, sem aumentar a ferida nem a dor de ninguém, chamar a atenção do mundo”.

O futuro cardeal mostra-se impressionado pela força de uma fé “alicerçada em Cristo”, que encontrou na Ucrânia, com a convicção interior de que “Cristo vencerá”.

“Apesar da adversidade, de todo este mal, apesar da destruição atual dos sonhos, eles são capazes de fazer vida da morte”, aponta.

Foto: JMJ Lisboa 2023

D. Américo Aguiar considera particularmente “emotivo” que a primeira celebração tenha decorrido num santuário mariano, da comunidade greco-católica, tendo ainda passado por outro santuário, dedicado a Nossa Senhora de Fátima.

O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 esteve na Ucrânia entre sábado e segunda-feira, tendo regressado a Lisboa na última noite, vindo da Polónia.

“Estamos com eles, estamos próximos, somos irmãos”, observa.

O responsável assume a importância de olhar para os que estão impedidos de viajar até Lisboa, para participar na JMJ, por motivos económicos, de guerra, perseguição religiosa ou ideológica nos seus países de origem.

“Infelizmente, são muitos, são demasiados os jovens que não podem vir a Lisboa por essas razões”, lamenta D. Américo Aguiar.

Uma delegação de várias dezenas de ucranianos vai estar em Lisboa, apesar das limitações à saída dos jovens de sexo masculino do país.

“Durante estes dias, encontramos soluções para poder aumentar ainda mais o número de jovens ucranianos que participam”, indica o bispo auxiliar.

O site da JMJ Lisboa 2023 publicou hoje uma mensagem do responsável, sobre a sua visita ao território ucraniano.

“O que mais me marcou nesta presença junto dos irmãos ucranianos foi uma imagem, que não me sai da mente nem do coração, de um jovem que recebeu nas suas mãos a bandeira da Ucrânia que esteve sobre o caixão do seu pai”, confessa o presidente da Fundação JMJ.

D. Américo Aguiar conta também que trouxe consigo a cruz do pároco da comunidade de Bucha, “tão martirizada”.

PR/OC

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Agência ECCLESIA

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