«Trazemos a oração para reforçar o seu poder, não para matar, mas para salvar» – D. Américo Aguiar
Lisboa, 17 jul 2023 (Ecclesia) – O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 visitou hoje as cidades ucranianas de Bucha e Irpin, onde pôde ver destroços de guerra e o impacto da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022.
“Queremos reforçar o poder bélico dos ucranianos com a oração. É o que trazemos cá, trazemos a oração para reforçar o seu poder, não para matar, mas para salvar, para reconstruir e para que isto não volte mais a acontecer”, referiu D. Américo Aguiar, em declarações à Rádio Renascença.
O bispo auxiliar de Lisboa iniciou este sábado uma visita à Ucrânia, a convite da Conferência Episcopal local, mantendo contacto com jovens impedidos de viajar até Lisboa, para participar na JMJ.
Em Bucha, D. Américo Aguiar esteve no espaço onde foram depositados corpos em valas comuns, transformado numa espécie de memorial às vítimas da ocupação russa.
O responsável colocou um ícone da JMJ no local.
“Este grito grande que eu trouxe – como a Jornada tem o lema ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’, e levou Cristo ao encontro da prima Isabel – eu trago Cristo vivo ao encontro destes jovens”, indicou o futuro cardeal.
Em Irpin, o bispo auxiliar de Lisboa esteve numa igreja também greco-católica que sofreu um ataque e onde 20 paroquianos se esconderam durante cerca de dez dias, rezando, refugiados à ocupação russa, tendo recebido um fragmento de um míssil que caiu junto ao edifício.
O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 esteve numa escola que está a ser reconstruída, deixando um desafio aos autarcas portugueses.
Eu sei que temos dificuldades no nosso país, mas também sei que é sempre com o pouquinho de quem tem pouco que se consegue fazer muito… Por isso, apelava que os nossos autarcas, as nossas autoridades, dentro das suas possibilidades, com o pouquinho de cada um, possam acelerar estas obras e estas reconstruções para que as novas gerações não prolonguem no tempo aquilo o sofrimento”.
O bispo português sustentou que as escolas têm de “rapidamente recuperar a sua função” para ajudar a “fazer esquecer a maldade e a crueldade daquilo que aconteceu”.
“O nosso desafio é esse: que estes meninos, estes jovens não se queiram vingar. Não é fácil”, assume.
Segundo a RR, seguiu para Kiev e vai partir esta noite para a Polónia, encerrando a sua viagem à Ucrânia.
“Não me sai da mente nem do coração o jovem no cemitério a receber a bandeira do caixão do pai”, recordou.
OC