Ucrânia: Presidente da Cáritas espera determinação da comunidade internacional

Andrij Waskowycz diz que a Rússia está a promover uma «guerra»

Setúbal, 03 jul 2014 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Ucrânia disse hoje à Agência ECCLESIA que a situação no país “continua a deteriorar-se” e acusa a Rússia de promover “uma guerra contra a população ucraniana”, esperando que o Ocidente intervenha de forma decidida.

“É uma situação muito, muito instável”, refere Andrij Waskowycz, que participa em Setúbal no Fórum de Desenvolvimento Institucional da Cáritas Europa.

Segundo o presidente da organização católica de solidariedade, o problema não deriva de um “conflito interno na Ucrânia” ou de uma “guerra civil”, mas da ação russa, a começar pela anexação da Crimeia.

A intenção, precisa, é “intimidar o novo Governo da Ucrânia” e forçar a “comunidade internacional” a aceitar a “agenda” da Rússia.

“Agora temos de pensar sobre a segurança no mundo, num confronto entre países democráticos e nações totalitárias, vemos uma situação em que vários países se unem contra valores democráticos”, afirma Andrij Waskowycz.

Nesse sentido, deixa votos de que “o Ocidente seja muito forte nas suas posições”, penalizando quem “mente” e viola a “lei internacional”.

“Os países democráticos devem mostrar que têm uma posição forte e unida em relação à Rússia”, prossegue o presidente da Cáritas Ucrânia.

Segundo este responsável, há “terror nas ruas” e “muitas armas distribuídas” a pessoas que praticam atos de violência e vandalismo.

Como consequência destas situações, tem-se registado um “aumento dos deslocados internos”, que fogem dos confrontos armados.

A Cáritas tem estado ao lado da população desde os protestos na Praça Maidan de Kiev, que levaram à destituição do presidente Viktor Yanukovytch, no fim de fevereiro.

“Após os tiroteios na Praça Maidan, procuramos apoiar as famílias das pessoas que foram mortas e agora estamos a começar um projeto para as pessoas que estão a fugir dos locais de conflito na parte oriental, bem como dos que chegam da Crimeia”, precisa Andrij Waskowycz.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia e da Rússia aceitaram reunir-se no sábado com representantes do movimento separatista que combate o Governo de Kiev no Leste ucraniano, para discutir um novo cessar-fogo multilateral.

HM/OC

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Agência ECCLESIA

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