Ucrânia: Paróquia do Campo Grande enviou primeiro autocarro com bens e vai regressar com 50 refugiados (c/fotos)

Na viagem seguiram o pároco, dois motoristas, um voluntário e uma intérprete ucraniana

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Lisboa, 11 mar 2022 (Ecclesia) – A Paróquia do Campo Grande, no Patriarcado de Lisboa, organizou um autocarro com bens necessários para enviar para a Ucrânia e, no regresso, conta trazer 50 refugiados, “que vão ser acolhidos por familiares”.

“Desde que começou a guerra na Ucrânia que os leigos da comunidade paroquial começaram a sentir a inquietação do que se poderia fazer. Iniciámos pela recolha de bens urgentes e agora, depois de um apelo de um movimento (HelpUkraine), conseguimos angariar fundos para enviar um autocarro”, explica o padre Hugo Gonçalves, em declarações à Agência ECCLESIA.

O autocarro partiu esta tarde com o pároco, dois motoristas, um voluntário e uma intérprete ucraniana, e no regresso contam trazer 50 refugiados, “já sinalizados, que na sua maioria têm familiares cá que os vão acolher”.

“Vamos até Varsóvia, na Polónia, e não estava na minha cabeça eu ir nesta viagem. Inicialmente pensámos uma equipa mas foi tudo tão rápido que fui percebendo que era importante que eu fosse acompanhar, também para fazer o reconhecimento, porque enviaremos um segundo autocarro”, assegura o sacerdote.

A comunidade do Campo Grande, “madura nestas coisas da fé prática”, assume o autocarro e a recolha de bens e o movimento Help Ukraine asseguram toda a parte burocrática, “desde os contactos à parte jurídica”.

Oksana Khrushch, em Portugal há 17 anos, é a intérprete que segue no autocarro para “assegurar a comunicação”.

“Eu vejo que estas pessoas necessitam de ajuda. Tenho amigos a combater na Ucrânia, por isso vou nesta missão, tenho necessidade de ajudar o meu país”, disse à Agência ECCLESIA.

A entrevistada tem acompanhado vários refugiados na chegada a Portugal, “muito cansados e desesperados” e pede ajuda porque, “mesmo quem é acolhido por familiares aqui, as casas não são grandes e não há capacidade para depois, estas pessoas chegam com uma mochila”.

“Temos de criar rede para integrá-los em Portugal”, defende.

A imigrante ucraniana tem “familiares que não quiseram sair do país em guerra, encontrando-se bem”, na fronteira com a Polónia, mas no resto país “ a ajuda não chega por causa das estradas destruídas, vivem um pesadelo”.

O autocarro que seguiu foi cheio de kits para adultos e crianças, “coisas necessárias de higiene e alimentação” para a viagem, entre outras coisas urgentes.

“Disseram-nos o que precisavam do campo de refugiados e com isso vamos encher o autocarro e levar, alimentação, papas, futas e medicamentos, sacos cama, cadeiras de bebé e muitos cobertores”, assegura a voluntária Paula Brito.

Já Filipe Oliveira é um dos voluntários que segue no autocarro, “uma missão que assume com gosto”, depois de ver a comunidade paroquial envolvida na ajuda, dos 8 aos 80 anos.

“O pouco que podemos fazer é muito para as pessoas que precisam de ajuda, para nós é um gosto, e estou satisfeito por poder ajudar”, afirma.

HM/SN

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