Ucrânia: Papa reforça apelo a «trégua pascal» e ao fim da «barbárie da guerra»

Francisco assinalou dois meses de conflito, pedindo mais espaço para a palavra do que para as armas

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 24 abr 2022 (Ecclesia) – O Papa reforçou hoje o seu apelo a uma “trégua pascal” na guerra da Ucrânia, que se iniciou há dois meses, lamentando o aumento da violência.

“Renovo o apelo a uma trégua pascal, sinal mínimo e tangível de uma vontade de paz. Que se pare o ataque, para ir ao encontro dos sofrimentos das populações esgotadas”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a oração pascal do ‘Regina Coeli’.

Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco começou por recordar que, neste domingo, as Igrejas Orientais, católicas e ortodoxas, bem como algumas comunidades latinas, celebram a Páscoa segundo o antigo calendário juliano, uma semana depois da celebração no calendário gregoriano.

“Cristo ressuscitou, ressuscitou verdadeiramente. Que seja Ele a encher de esperança os bons desejos do coração, que seja Ele a dar a paz, ultrajada pela barbárie da guerra”, declarou.

Mais do que parar, a guerra agravou-se. É triste que nestes dias, que são os mais santos e solenes para todos os cristãos, se ouça ainda mais o barulho mortal das armas, em vez dos sinos que anunciam a ressurreição”.

O Papa lamentou que as armas “estejam a tomar, cada vez mais, o lugar da palavra”

“Que se pare, obedecendo às palavras do ressuscitado, que no dia da Páscoa repete aos seus discípulos: a paz esteja convosco, a paz esteja convosco”, insistiu.

Francisco dirigiu-se aos responsáveis políticos, pedindo que “ouçam a voz das pessoas, que querem a paz, não uma escalada do conflito”.

“A todos, peço que aumentem a oração pela paz, tendo a coragem de dizer, de manifestar que a paz é possível”, acrescentou.

O Papa saudou os participantes numa marcha extraordinária “pela paz e a fraternidade”, que decorre hoje na Itália.

A intervenção aludiu ainda à peregrinação nacional dos católicos nos Camarões, para consagrar o país à Virgem Maria e colocá-lo sob a sua proteção, pedindo a paz no país, “que há mais de cinco anos é dilacerado pela violência, em várias regiões”.

“Que Deus conceda, quanto antes, uma paz verdadeira e duradoura a este amado país”, concluiu.

OC

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Agência ECCLESIA

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