Mensagem à Comissão Internacional Católica para as Migrações evoca ainda milhões de refugiados de todo o mundo
Cidade do Vaticano, 30 mai 2022 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje para a crise provocada pela guerra na Ucrânia, com milhões de refugiados e deslocados, numa mensagem dirigida à Comissão Internacional Católica para as Migrações e divulgada pelo Vaticano.
“Agradeço-vos, em particular, pelo compromisso alargado de ajudar as Igrejas na resposta aos desafios ligados à deslocação em massa, provocada pelo conflito na Ucrânia. Trata-se do maior movimento de deslocados que aconteceu na Europa desde a II Guerra Mundial [1939-1945]”, escreveu Francisco.
Mais de 15 milhões de pessoas – aproximadamente um terço da população da Ucrânia – tiveram de deixar as suas casas devido à guerra, desde 24 de fevereiro, segundo dados da ONU.
O Papa evoca ainda, na sua mensagem, os “milhões de requerentes de asilo, refugiados e deslocados de outras partes do mundo”, sublinhando que todos “têm uma necessidade desesperada de ser ouvidos, protegidos e amados”.
“Como Igreja, queremos servir todos e trabalhar arduamente pela edificação de um futuro de paz”, acrescenta.
A Comissão Internacional Católica para as Migrações, indica Francisco, está “empenhada em promover o desenvolvimento e a implementação de projetos pastorais migratórios e a formação especializada de agentes pastorais no campo da migração”.
O organismo trabalha também para uma “maior consciência internacional das questões migratórias, a fim de promover o respeito aos Direitos Humanos e a promoção da dignidade humana, de acordo com as diretrizes da Doutrina Social da Igreja”.
Ainda hoje, o Papa recebeu em audiência uma delegação da ‘B’nai B’rith International’, organização judaica dedicada aos Direitos Humanos, convidando a lutar contra “o ódio, a raiva, a frustração e o radicalismo”.
“Vivemos numa época em que a paz é ameaçada em muitas partes do mundo: perspetivas particularistas e nacionalistas, movidas por interesses egoístas e ganância pelo lucro, parecem cada vez mais querer assumir o controlo”, advertiu.
“Para evitar a escalada do mal, é importante recordar o passado, recordar as guerras, recordar a Shoah, e muitas outras atrocidades”, acrescentou.
Francisco alertou contra a “tentação da violência”, sustentando que esta “gera sempre mais violência”.
“As armas produzem morte e a guerra nunca é a solução, mas um problema, uma derrota”, apontou.
O Papa desafiou católicos e judeus a trabalhar juntos “em prol dos últimos, da paz, da justiça e da proteção da criação”.
OC
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